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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Orientalismo I - Hinduísmo, Vedismo e Brahmanismo


Brama, também conhecido pela grafia Brahma, é o primeiro deus da Trimurti, a trindade do hinduísmo, que forma junto com Vixnu e Shiva.

Brama é considerado pelos hindus a representação da força criadora ativa no universo.

A visão de universo pelos hindus é cíclica. Depois que um universo é destruído por Shiva, Vixnu se encontra dormindo e flutuando no oceano primordial. Quando o próximo universo está para ser criado, Brama aparece montado num Lótus, que brotou do umbigo de Vixnu e recria todo o universo.

Depois que Brama cria o universo, ele permanece em existência por um dia de Brama, que vem a ser aproximadamente 4.320.000.000 anos em termos de calendário hindu. Quando Brama vai dormir, após o fim do dia, o mundo e tudo que nele existe é consumido pelo fogo, quando ele acorda de novo, ele recria toda a criação, e assim sucessivamente, até que se completem 100 anos de Brama; quando esse dia chegar, Brama vai deixar de existir, e todos os outros deuses e todo o universo vão ser dissolvidos de volta para seus elementos constituintes.

Brama é representado com quatro cabeças, mas, originalmente, era representado com cinco. O ganho de cinco cabeças e a perda de uma é contado numa lenda muito interessante. De acordo com os mitos, ele possuía apenas uma cabeça.

Depois de cortar uma parte do seu próprio corpo, Brahma criou dela uma mulher, chamada Satrupa, também chamada de Sarasvati. Quando Brahma viu sua criação, ele logo se apaixonou por ela, e já não conseguia tirar os olhos da beleza de Satrupa.

Naturalmente, Satrupa ficou envergonhada e tentava se esquivar dos olhares de Brama movendo-se para todos os lados.

Para poder vê-la onde quer que fosse, Brama criou mais três cabeças, uma à esquerda, outra à direita e outra logo atrás da original. Então Satrupa voou até o alto do céu, fazendo com que Brama criasse uma quinta cabeça olhando para cima; foi assim que Brama veio a ter cinco cabeças. Da união de Brahma e Satrupa, nasceu Suayambhuva Manu, o pai de todos os humanos.

Nas escrituras, é mencionado que a quinta cabeça foi eliminada por Shiva. Brama falou desrespeitosamente de Shiva, que abriu seu terceiro olho e queimou a quinta cabeça de Brama.

Brahma tem quatro braços, e nas mãos segura uma flor de lótus, seu cetro, uma colher, um rosário, um vaso contendo água benta e os Vedas. O veículo de Brama é o cisne Hans-Vahana, o símbolo do conhecimento. A esposa de Brama é Sarasvati, a Deusa da Sabedoria.

Na Índia em si, o deus é pouco cultuado, pois na visão hindu, sua função já se acabou depois que o universo foi criado. As lendas sobre Brama não são tantas nem tão ricas quanto as de Vixnu e Shiva. Para estes deuses existem incontáveis templos de adoração, mas para Brama, apenas um, que fica no lago Pushkar, em Ajmer.

Brâmane é um membro da casta sacerdotal hindu. A palavra não deve ser confundida com o deus Brahma ou Brahman, embora o termo brâmane signifique literalmente "aquele que realizou / tenta realizar Brahman - a divindade". Segundo o Purusha Sukta, canto à glória de Vishnu, os brâmanes surgiram da boca do purusha.


AS CASTAS INDIANAS

Originalmente, as castas eram apenas quatro:

  • os brâmanes (religiosos e nobres);
  • os xátrias (guerreiros);
  • os vaixás (comerciantes) e;
  • os sudras (camponeses, artesãos e operários).

À margem dessa estrutura social havia os párias, sem casta (categorizados abaixo dos escravos), considerados intocáveis, até pelos escravos, para não serem "amaldiçoados"; hoje chamados de haridchans, haryans ou "dalits". Com o passar do tempo, vem acontecendo centenas de subdivisões, que não param de se multiplicar. A origem do sistema de castas é incerta.

Sua origem parece proveniente da divisão entre o imigrante ária, de pele clara, e os nativos (dasya), denominados escravos (dasas), que se distinguiam pela pele escura. Os árias são descendentes dos povos brancos de famílias indo-européias. As primeiras referências históricas sobre a existência de castas se encontram em um livro sagrado dos hindus, chamado Manu, possivelmente escrito entre 600 e 250 a.C.

Define-se casta como grupo social hereditário, no qual a condição do indivíduo passa de pai para filho, endógamo, pois ele só pode casar-se com pessoas do seu próprio grupo.

Fonte: Wikipédia.


Vedismo e Hinduísmo

A origem do Hinduísmo se perde no tempo, não há precisão histórica, o que se encontra são evidências nos sítios arqueológicos, como Mohenjo Daro e Harappas. Atualmente, aceita-se que a origem do hinduismo remonta 7000 anos.

O Hinduísmo vem a partir dos Vêdas. Define-se Vedismo ou Veda (a pronúncia correta é Vêda) pelo livro-texto sagrado que serve de base para o estudo religioso. A palavra Vêda significa, literalmente, em sânscrito, "sabedoria, conhecimento", e vem da mesma raiz de "Vid", da qual se originaram centenas de outras palavras e vocábulos, inclusive o termo "Vidya"."Vêdico ou Vedista" é o seguidor do Vedismo. E o Vedismo consistia, originalmente, numa mitologia muito profunda, na qual se explicavam todos os deuses. O Vedismo é a forma mais antiga do Hinduísmo.

O Hinduísmo possui fontes autorizadas e estas dividem-se em dois grandes grupos: Shruti e Smriti.

  • Shruti - A tradução de Shruti é "aquilo que é ouvido" ou "transmissão iniciática recebida por revelação divina". Afirma-se que os grandes "rishis" ou sábios, recebem uma inspiração espiritual para transmitir as verdades eternas.
  • Smriti - Seguido em importância ao Shruti (inspiração divina) vem o Smriti - a memória. O Smriti é, então, o processo de registro "daquilo que foi ouvido" . Smriti é a segunda parte da divisão do Hinduísmo.

SHRUTI

Dentro do SHRUTI temos os Quatro Grandes Livros do Hinduísmo, que são chamados Vedas:

1. Rig Veda - hinos de louvor à Energia Cósmica
2. Yajur Veda - trata dos sacrifícios aos deuses e ao Absoluto
3. Sama Veda - melodias
4. Atharva Veda - fórmulas de Magia e Ritualísticas

Nos Vedas encontramos capítulos especiais que tratam de diversas outras áreas da espiritualidade hindu, que são:

Mantras - vocalização de cânticos, e repetição de sons místicos
Brahmanas - são as explicações dos mantras e dos rituais
Upanishads - literalmente quer dizer "aos pés do Mestre" - são expressões e revelações espirituais.


SMIRITI

No SMRITI temos a interpretação dos grandes sábios (Maharishis) para o povo, e encontramos as seguintes divisões: Smiriti, Puránas, Itihasas, Ágamas e Dárshanas.

1. Smriti - são os Códigos de Lei da sociedade. Foram sistematizados pelos antigos sábios Maharishis Shri Manú, Shri Yájña Válkya e Shri Paráshara.

2. Puránas - são as lendas e parábolas para educação e instrução popular. Literalmente significam "antiguidades". São textos em verso e que tratam de lendas, parábolas, e histórias para a educação popular, sempre com um fundo moral-espiritual. Entre os Puranas, encontramos 18 Puránas maiores e 18 Puránas menores.

Há a Doutrina dos Avatares que trata dos "Seres Enviados", e que pretende dar uma representação de ajuda ao Homem, na Terra, nas suas diferentes etapas de evolução. Tal doutrina encontra-se nos Brahmanas e, segundo ela, existem 10 avatares de Shri Vishnu, Aquele que detém o poder de preservar o Universo criado. O objetivo do Avatar é salvar o mundo de algum grande perigo ou dificuldade.

Segundo o Hinduísmo, as 10 encarnações de Shri Vishnu, são:

MÁTSYA, o peixe
KURMA, a tartaruga
VARÁHA, o javali
NARASIMHA, o homem-leão
VÁMANA, o anão
PARASHURÁMA, o herói Rama com machado
RAMACHANDRA, o herói do Ramayana
SHRI KRISHNA, do Bhagavad Gita
SHRI BUDDHA, o Siddhartha Gautana, o Buddha
SHRI KÁLKI, o herói montado num cavalo branco.

Há ainda 5 divisões ou categorias, que são:

Bhupurána - que trata da criação do Universo;
Pávanapurána - que trata da destruição e renovação do Universo;
Devapurána - que comenta sobre os diversos deuses;
Manúpurána - que comenta sobre os diversos Manús e seus reinados;
Purushapurána - que trata das histórias das raças solares e lunares

3. Itihásas - são os grandes épicos da Índia. Os mais conhecidos são:

Ramayana - Foi escrito por Shri Valmiki. É uma obra composta de 24.000 estrofes e narra a maravilhosa história do herói Shri Rama e da contenda entre ele e Rávana, o monstruoso gigante demoníaco, que os deuses não podiam matar, mas somente os homens.

Tantras - São livros para a educação popular, sendo considerados "complementos" dos Puránas. Os Tantras falam da criação do mundo, da chegada do Homem à Terra, da criação do Yoga, etc.

Mahabhárata - É uma epopeia composta de mais de 90.000 estrofes, dividido em 18 livros espetaculares, com apêndice denominado Harivarusha, que fornece dados que vão do século V ou IV a.C. até alguns séculos depois de Cristo. Esta epopeia descreve com precisão a rivalidade entre as linhas descendentes da antiga Índia: de um lado, os Kôravas, e de outro lado, os Pándavas.

Bhagavad Gita - Mais conhecido simplesmente como "Gita", é um dos capítulos do Mahabhárata, que conta o diálogo realizado entre Shri Arjúna - um militar guerreiro da classe dos Kshátriyas - e Shri Krishna - seu fiel cocheiro, uma personificação do Absoluto.

4. Ágamas - O termo sânscrito "Ágama" têm vários significados, tais como: "conhecimento erudito, doutrina, aproximação, tendência, conexão, chegada", etc. Contudo, dentro do Hinduísmo, no Smriti, o vocábulo Ágama tem um significado especial, isto é, "tendência devocional".

Os Ágamas são, portanto, as tendências devocionais, religiosas e/ou filosóficas da Índia. Dentro dos Ágamas, encontramos as seguintes divisões:

• Shaiva, Shaivismo, Shivaísmo ou Shivaíta; 
• Vaishnáva, Vaishnavismo, Vishnuísmo ou Vishnuíta; 
• Shákta, Shaktismo, Shaktaísmo ou Shaktaíta; 
• Smarta, Smartismo ou Smarta Dasamáni; 
• Bráhmana ou Brahmanismo (quase inexistente).

Pouco ou quase nada se fala da tendência devocional Bráhmana (devotos de Brahma). Entretanto, encontramos na classificação acima uma tendência denominada Smarta Dasamáni, a qual tem se fortalecido muito nos últimos séculos na Índia. O Smarta Dasamáni é um conjunto de 10 ordens de Sannyásins (monges) seguidores de Shri Adi Shankarachárya, o codificador do Vedanta.

Ainda dentro dos Ágamas, encontramos as deidades hindus adoradas na Índia, classificando-as em 3 principais grupos (Shaiva, Vaishnava e Shakta), onde surgem os primeiros e mais importantes colégios superiores de filosofia e religião, que são:

Shaiva Siddhanta - ligados a Shiva
Pancharátra Ágama - ligados a Vishnu
Tantras ou Shákti Ágama - ligados a Shakti.

5. Dárshanas - Dárshana é um vocábulo sânscrito que significa "visão, aparição, inteligência, demonstração, compreensão, sistema, método, consideração, consciência", etc. Os Dárshanas são consideradas as "Escolas Filosóficas ou pontos de vista do Hinduísmo".

Os Dárshanas são classificados em: Ástika Dárshana e Nástika Dárshana

Ástika Dárshana - São as Escolas Filosóficas autorizadas ou reconhecidas, como pontos de vista oficiais do Hinduísmo. As 3 Escolas Filosóficas mais importantes, são:

Yoga - filosofia puramente prática*;
Sámkhyá - filosofia naturalista espiritualista;
Vedanta - filosofia religiosa espiritualista.

* Comumente, o Dárshana Yoga está associado a um outro Dárshana (pode ser Sámkhyá ou Vedanta), e a partir daí, desenvolvem-se outras escolas com tendências diversas. Isto porque, tanto o Sámkhyá como o Vedanta, têm suas próprias divisões.

Nástika Dárshana - Os Nástika são as Escolas Filosóficas "não-autorizadas" ou "não-reconhecidas" oficialmente pelo Hinduísmo, mas que possuem uma grande influência e com bases sólidas de raciocínio, lógica e prática. 

Dentre os Nástika, encontramos também 3 Escolas Filosóficas:

Buddha - com a fundação da Escola Buddhismo original;
Cháraka - com a fundação da Escola de Medicina Ayurvêdica original;
Jaina - com a fundação da Escola Jainista, que nega os Vêdas


HINDUISMO


Segundo Amarantha Thalvil: "O hinduísmo pode ser subdividido em diversas correntes principais. Dos seis darshanas ou divisões históricas originais, apenas duas escolas, a vedanta e a ioga, sobrevivem. As principais divisões do hinduísmo hoje em dia são o vixnuísmo, o xivaísmo, o smartismo e shaktismo. A imensa maioria dos hindus atuais podem ser categorizados sob um destes quatro grupos, embora ainda existam outros, cujas denominações e filiações variam imensamente.

Alguns estudiosos dividem as correntes do hinduísmo moderno em seus "tipos":

  • Hinduísmo popular, baseado nas tradições locais e nos cultos das divindades tutelares, praticado em nível mais localizado;
  • Hinduísmo dármico ou "moral diária", baseado na noção de carma, na astrologia, nas normas de sociedade como o sistema de castas, os costumes de casamentos.
  • Hinduísmo vedanta, especialmente o Advaita (smartismo), baseado nos Upanixades e nos Puranas;
  • Bhakti, ou "devocionalismo", especialmente o vixnuísmo;
  • Hinduísmo bramânico védico, tal como é praticado pelos brâmanes tradicionalistas, especialmente os shrautins;
  • Hinduísmo iogue, baseado especialmente nos Yoga Sutras de Patandjáli. com os principais templos Hoysaleswara e Khajuraho."


HINDUISMO

Atualmente, o Hinduísmo conta com um pouco mais de um bilhão de praticantes em todo o mundo. Isso significa um número extremamente grande e significante de seguidores. Entretanto, definir o Hinduísmo não é uma tarefa fácil.

O Hinduísmo não é uma religião convencional e limitada. Aliás, podemos dizer que o Hinduísmo é mais uma filosofia religiosa, um caminho de vida. Desde os tempos imemoriais, as religiões primitivas indígenas da Índia e seu sistema cultural condicionaram uma miscelânea de crenças que foram sendo acrescidas ao saber popular.

O Hinduísmo é também conhecido e chamado como "Sanátana Dharma" ou "eterna religião", e, para os Vedantinos, como "Vaidika Dharma" ou "religião dos Vêdas".

O processo de evolução religiosa se deu de forma gradativa, culminando hoje no Hinduísmo. Hoje em dia, o Hinduísmo é - para alguns -, uma filosofia de vida, e - para outros -, uma religião muito ampla e aberta, que aceita os aspectos religiosos de outras crenças e religiões, pois afirma serem caminhos diferentes para atingir o mesmo objetivo.

O Hinduísmo é a soma de diversos dogmas e crenças, que vai do teísmo pluralista até o absoluto monismo. Várias tendências devocionais fazem parte do Hinduísmo. Podemos encontrar atualmente o Shaivismo - seguidores de Shiva, o Vaishnavismo - seguidores de Vishnú, os Shaktas - seguidores da Mãe Divina, e os Smartas - seguidores de Shri Adi Shankarachárya.

Mas, segundo o Mestre Swami Chinmayananda, membro fundador do Vishwa Hindu Parishad , o Hinduísmo possui diversas ramificações em todo o mundo, estando dividido em três grupos: organizações Hindus, quase-Hindus e não-Hindus.

Quem são os Hindus?

O resultado da pesquisa feita pelo Vishwa Unnyayan Samsad e Vishwa Hindu Parishad aponta as três divisões Hindus em todo o mundo, incluindo a Declaração de Intenções. Veja abaixo:

1. Organizações Hindus
  • Arya Samaj
  • Chinmaya Mission
  • Hindu Students Council
  • Hindu Temple Society of North America
  • Ramakrishna Mission (New York)
  • Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS)
  • Saiva Siddhanta Church
  • Vishwa Hindu Parishad (VHP)
  • Sociedade da Vida Divina Brasil
  • Ramakrishna Vedanta Brasil
  • Sociedade Internacional Gita do Brasil
  • Ramakrishna Vedanta Curitiba
  • Sivananda

2. Organizações Quase-Hindus
  • Arsha Vidya Gurukulam
  • Divine Life Society
  • Siddha Yoga Dham (Chidvalasananda)
  • Sivananda Yoga Vedanta Centers
  • Ananda Marga
  • M.A. Ashram (Mata Amritanandamayi)
  • Saddhu Vaswani Mission
  • Integral Yoga Institute (Satchidananda)
  • Self-Realization Fellowship
  • Sri Sri Ravi Shankar
  • Ordem Filosófica Mundial Vidya Yoga Ashram - Cultura Hindu Rishi
  • Jñana Mandiram
  • KRSNA
  • Suddha Dharma Mandalam
  • Suddha Dharma Mandalam - Ribeirão Preto

3. Organizações Não-Hindus
  • Vishwa Unnyayan Samsad
  • Brahma Kumaris
  • Transcendental Meditation
  • Veerashaivite






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