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domingo, 21 de agosto de 2011

Grandes Mistérios - Os Druidas



Stonehenge (do inglês arcaico "stan" = pedra, e "henge" = eixo) é um monumento megalítico da Idade do Bronze, localiza-se na planície de Salisbury, próximo a Amesbury, no condado de Wiltshire, no Sul da Inglaterra.

Stonehenge é uma estrutura composta, formada por círculos concêntricos de pedras que chegam a ter cinco metros de altura e a pesar quase cinquenta toneladas, onde se identificam três distintos períodos construtivos:

O chamado Período I (c. 3100 a.C.), quando o monumento não passava de uma simples vala circular com 97,54 metros de diâmetro, dispondo de uma única entrada. Internamente, erguia-se um banco de pedras e um santuário de madeira. Cinquenta e seis furos externos ao seu perímetro continham restos humanos cremados. O círculo estava alinhado com o pôr-do-Sol do último dia do Inverno e com as fases da Lua.
Durante o chamado Período II (c. 2150 a.C.) deu-se a realocação do santuário de madeira, a construção de dois círculos de pedras azuis (coloridas com um matiz azulado), o alargamento da entrada, a construção de uma avenida de entrada marcada por valas paralelas alinhadas com o Sol Nascente do primeiro dia do Verão, e a ereção do círculo externo com 35 pedras que pesavam toneladas. As altas pedras azuis, que pesam quatro toneladas, foram transportadas das montanhas de Gales, a cerca de 24 quilômetros ao Norte.

No chamado Período III (c. 2075 a.C.), as pedras azuis foram derrubadas e pedras de grandes dimensões (megálitos) - ainda no local - foram erguidas. Estas pedras, medindo em média 5,49 metros de altura e pesando cerca de 25 toneladas cada, foram transportadas do Norte por 19 quilômetros. Entre 1500 a.C. e 1100 a.C., aproximadamente sessenta das pedras azuis foram restauradas e erguidas em um círculo interno, com outras dezenove colocadas em forma ferradura, também dentro do círculo.

Estima-se que essas três fases da construção requereram mais de trinta milhões de horas de trabalho.

FUNÇÃO

Recolhendo os dados a respeito do movimento de corpos celestiais, as observações de Stonehenge foram usadas para indicar os dias apropriados no ciclo ritual anual. Nesta consideração, é importante mencionar que a estrutura não foi usada somente para determinar o ciclo agrícola, uma vez que nesta região o Solstício de Verão ocorre bem após o começo da estação de crescimento e o Solstício de Inverno bem depois que a colheita é terminada. Desta forma, as teorias atuais a respeito da finalidade de Stonehenge sugerem seu uso simultâneo para observações astronômicas e à funções religiosas, sendo improvável que estivesse sendo utilizado após 1100 a.C.

A respeito da sua forma e funções arquitetônicas, os estudiosos sugeriram que Stonehenge - especialmente seus círculos mais antigos - pretendia ser a réplica de um santuário de pedra, sendo que os de madeira eram mais comuns em épocas Neolíticas.

No dia 21 de Junho o Sol nasce em perfeita exatidão sobre a pedra principal.

Segundo dados mais recentes obtidos por arqueólogos chefiados por Mike Parker Pearson, Stonehenge está relacionada com a existência do povoado Durrington. Este povoado formado por algumas dezenas de casas construídas entre 2600 a.C. e 2500 a.C., situado em Durrington Walls, perto de Salisbury, é considerada a maior aldeia neolítica do Reino Unido. Segundo os arqueólogos foi aí encontrada uma espécie de réplica de Stonehenge, em madeira.

Rochas de Carnac

As Rochas de Carnac são uma fileira de 3000 monólitos que foram erguidos na comuna de Carnac, na Bretanha, França, por volta de 2000 a.C.

Alinhamentos Megalíticos: A norte da povoação localizam-se os monumentos megalíticos mais famosos da região; destacam-se, entre eles:

Alinhamento de Ménec, formado por 1.099 menires fincados ao longo de 1 km, seguindo o eixo SO/NE.

Estes alinhamentos, erguidos no Neolítico Médio (3000 a.C.), constituem o conjunto mais representativo de menires: 1099 menires fincados em 11 fileiras, espalhados ao longo de 1165 metros de comprimento por 100 metros de largura. Os menires crescem de tamanho para oeste (mais alto deles mede 4 m), finalizando com um cromeleque, que ainda conserva 71 blocos.

Alinhamento de Kermario - Composto por 1.029 menires, contemporâneos aos de Ménec, descrevem 10 linhas paralelas de 1.120 metros de comprimento. O tamanho dos menires vai crescendo de leste para oeste.

Outros alinhamentos interessantes:
alinhamento de Kerlescan
alinhamento do Petit-Ménec

FONTE: WIKIPÉDIA

A alta matemática antes de Cristo

Realmente, esse modo de encarar os monumentos megalíticos teria sido completamente esquecido pela arqueologia contemporânea se não fosse o trabalho de um homem que dedicou metade da sua vida ao tema.

Professor de engenharia em Oxford de 1945 a 1961, Alexander Thom começou a interessar-se pelos métodos da engenharia megalítica durante uma viagem à Escócia, na década de 30. A partir da grande pedra do círculo existente na ilha Callanish, na Escócia, Thom afirmou que esses alinhamentos se dirigiam para o norte, "uma coisa extremamente difícil para os povos daquela época, já que a estrela polar não estava onde está hoje".

A partir de então, passou grande parte de seu tempo estudando os campos e montanhas britânicos, examinando meticulosamente os monumentos que encontrava. Na época em que publicou suas conclusões em Sítios Megalíticos Britânicos (1967), já estudara cerca de 600 desses locais, afirmando, então, que todos esses círculos foram desenhados geometricamente e alinhados dentro de um incrível modelo de perfeição.

Thom estudou a "medida megalítica", uma unidade que é igual a 2,72 pés (cerca de 83 centímetros). Com essa medida constante, os construtores megalíticos fizeram não apenas círculos, mas também elegantes elipses e figuras ovais, tudo baseado numa geometria que mostra o conhecimento de certas regras de ângulos cuja descoberta é normalmente creditada à escola de Pitágoras, mais de mil anos após.

Como em Pitágoras, há a evidência de que certos números eram considerados mágicos por esses engenheiros pré-históricos: o 5, o 12 e o 14, ou 8, 15 e 17, usados na dimensão dos triângulos. Isso ainda implica o conhecimento do pi, milênios antes dos gregos.

Nas gigantescas estruturas em Stonehenge, Carnac e Avebury, há uma harmonia geométrica que chega a ser assustadora: no meio da extraordinária fileira de pedras de Carnac há uma espécie de "joelho", um ponto onde, repentinamente, essa fileira muda de direção. Thom nota a forma como isso foi executado, com o uso de dois perfeitos triângulos pitagóricos - milênios antes do nascimento de Pitágoras - e declara: "É algo que qualquer engenheiro, de qualquer época da história do mundo, poderia ficar orgulhoso de ter produzido"

Os construtores megalíticos foram matemáticos profundamente conhecedores de sua ciência e operavam esse saber, provavelmente, bem antes que qualquer outro povo no mundo o pudesse fazer.

Apenas essa ideia já era demais para a ciência ortodoxa, mas a tese de Thom não parava aí: eles eram também astrônomos altamente hábeis. Usando o material local - pedras marcadas previamente, entalhes em montanhas, plataformas especialmente feitas - esses antigos sábios construíram círculos de pedras que, na verdade, eram observatórios. Nesses locais não mediam apenas coisas relativamente simples, como o surgimento do Sol no verão ou no inverno, mas uma enorme gama de sofisticados movimentos que requerem uma acurada observação - por exemplo, fenômenos que se dão apenas uma em mil vezes. Eram hábeis o bastante para detectar a chamada "pequena paralisação" da Lua, um fenômeno causado por sua órbita elíptica e que se repete a cada 18,6 anos. É claro, para descobrir essa minúscula irregularidade na órbita lunar era necessário um profundo conhecimento de astronomia - além de muitas gerações de estudos científicos.

Ainda que tudo isso tenha sido levantado por Thom em seu livro, um outro pesquisador, Gerald Hawkins, professor de astronomia da Universidade de Boston (Estados Unidos), ainda conseguiu novas provas para a tese que afirma o altíssimo desenvolvimento científico desses misteriosos povos pré-históricos. C. A. Newham, outro pesquisador, num livro que hoje é vendido como guia oficial de Stonehenge, afirma que o local foi realmente um centro astronômico, fato de que, ao que parece, os excursionistas que lá estiveram jamais duvidaram: uma prova disso é que, mesmo amadores e simples curiosos, sempre encontraram um local privilegiado para ver uma ou outra estrela em Stonehenge.

Mais ainda: alguns buracos experimentais, lá feitos através dos anos, estabeleceram exatamente o ponto do horizonte onde a Lua e o Sol desapareciam, demonstrando, definitivamente, a capacidade científica dos que construíram o monumento.

O professor Richard Atkinson, da Universidade de Cardiff (Gales), inicialmente ironizou as teses de Thom e Hawkins num livro chamado Luar de Stonehenge. Mas não permaneceu atado a essa posição. Pelo contrário: reviu seu pensamento tempos depois, e acabou escrevendo novas teses que concordavam com os pesquisadores que criticara.

Uma universidade na idade da pedra

Para ele, o trabalho de Thom derrubou o "modelo conceitual da pré-história da Europa que foi adotado durante todo o século atual e mesmo agora, está apenas começando a cair. Nos termos desse modelo, é quase inconcebível que meros 'bárbaros' da remota extremidade do continente tivessem um conhecimento matemático e de sua aplicação, um conhecimento apenas um pouco inferior - se é que realmente o é - àquele do Egito na mesma época ou da Mesopotâmia, bem depois. Não é tão surpreendente, pois, que a maioria dos historiadores da pré-história ainda ignore o trabalho de Thom, porque eles não o entendem, e é mais confortável permanecer como estão. Eu também passei por esse processo, mas cheguei à conclusão que rejeitar as teses de Thom porque elas não estão de acordo com o modelo de pré-história com o qual fui criado acaba me obrigando a aceitar coisas ainda mais improváveis".

Na verdade, pouco se sabe dos povos que criaram tais monumentos. Em 1976, Euan MacKie, do Hunterian Museum, de Glasgow (Escócia), afirmou ter descoberto um sítio pré-histórico chamado Durrington Walls, nas proximidades de Stonehenge, onde as escavações mostraram a evidência de uma dieta mais rica do que a comum na época. Além disso, diz ainda MacKie, foram descobertos indícios de que os habitantes do local conheciam a tecelagem. É pouco, mas é o que se sabe sobre esse povo desconhecido.

Seja de onde for que esse povo tenha vindo, os testes com radiocarbono demonstraram que as construções datam de 4500 a.C., quando mais próximas do litoral atlântico, e começam a ser mais atuais - isto é, historicamente mais novas - à medida que entram para o interior.

É possível que estes monumentos sejam uma evidência indireta de uma cultura antiquíssima, hoje desaparecida, que deixou parte de seu conhecimento em tais locais? Ou teria todo esse saber surgido independentemente, sob a influência de um simples e original gênio? Ou ainda, segundo especula MacKie, esse povo saiu do Mediterrâneo até o sul de Portugal e, a partir daí, se espalhou pela costa atlântica européia?

Ninguém sabe a resposta. Ao mesmo tempo, é também intrigante a forma como esse saber, esse conhecimento astronômico, passou de uma geração para a outra, entre esses povos, sem que nada fosse escrito. Como disse Richard Atkinson, é possível supor que "as datas importantes astronomicamente não foram publicadas, mas transmitidas, através da palavra dos seus estudiosos para os que usassem essas datas, na forma de versos épicos que precisavam apenas ser memorizados e reproduzidos".

O Papel dos Druidas

Quando chegou à Inglaterra, 1500 anos após a fase final de Stonehenge, Júlio César escreveu que os druidas "conseguiam repetir um grande número de versos de cor e muitas vezes passavam vinte anos nesses estudos; consideravam perigoso deixar tais estudos escritos por duas razões: esconder seus conhecimentos do homem vulgar e exercitar a memória dos estudantes".

Assim, é possível que os druidas tenham sido os herdeiros da antiquíssima sabedoria dos construtores megalíticos, e as atuais e costumeiras teses que tentam relacionar Stonehenge aos druidas podem ser realmente verdade. Hoje, inclusive, essa possibilidade é vista cada vez com mais seriedade.

O que é certo é que esse período de centenas de milhares de anos, durante o qual floresceu a cultura que deu origem aos monumentos megalíticos - provavelmente a cultura de vida mais longa que o mundo já conheceu - culminou na construção de Stonehenge, em torno de 1850 a. C.

Que poder impeliu o povo desse tempo a despender tanto esforço físico e intelectual no erguimento desses monumentos é algo ainda hoje totalmente admirável e inexplicável. Muitos afirmam que a resposta está no fato de que os povos de então viviam mais perto da natureza do que fazemos agora, e seu poder estava, de alguma forma, ligado ao movimento do Sol, da Lua, planetas e estrelas. Isto, no entanto, não pode ser considerado uma explicação: é bem mais uma base hipotética, apenas um ponto de partida para se responder à questão.

Fonte:
Stonehenge, de Fernand Niel.Hemus
Planeta Extra – Grandes Enigmas nº 13

Druidas

Druidas (e druidesas) eram pessoas encarregadas das tarefas de aconselhamento, ensino jurídico e filosófico dentro da sociedade celta. Embora não haja consenso entre os estudiosos sobre a origem etimológica da palavra, druida parece provir de oak (carvalho) e wid (raiz indo-européia que significa saber). Assim, druida significaria aquele(a) que tem o conhecimento do carvalho. O carvalho, nesta acepção, por ser uma das mais antigas e destacadas árvores de uma floresta, representa simbolicamente todas as demais. Ou seja, quem tem o conhecimento do carvalho possui o saber de todas as árvores.

Druidismo - A visão tradicional mostra os druidas como sacerdotes, mas isso na verdade não é comprovado pelos textos clássicos, que os apresentam na qualidade de filósofos (embora presidissem cerimônias religiosas, o que pode soar conflitante). Se levarmos em conta que o druidismo era uma religião natural da terra baseada no animismo, e não uma religião revelada (como o Islamismo ou o Cristianismo), os druidas assumem, então, o papel de diretores espirituais do ritual, conduzindo a realização dos ritos, e não de mediadores entre os deuses e o homem.

Ao contrário da ideia corrente no mundo pós-Iluminismo sobre a linearidade da vida (nascemos, envelhecemos e morremos), no druidismo, como entre outras culturas da Antiguidade, a vida é um círculo ou uma espiral. O druidismo procurava buscar o equilíbrio, ligando a vida pessoal à fonte espiritual presente na Natureza, e, dessa forma, reconhecia oito períodos ao longo do ano, sendo quatro solares (masculinos) e quatro lunares (femininos), marcados por cerimônias religiosas especiais.

A sabedoria druídica era composta de um vasto número de versos aprendidos de cor, e conta-se que eram necessários cerca de 20 anos para que se completasse o ciclo de estudos dos aspirantes a druidas. Pode ter havido um centro de ensino druídico na ilha de Anglesey (Ynis Mon, em galês), mas nada se sabe sobre o que era ensinado ali. De sua literatura oral (cânticos sagrados, fórmulas mágicas e encantamentos) nada restou, sequer em tradução. Mesmo as lendas consideradas druídicas chegaram até nós através do prisma da interpretação cristã, o que torna difícil determinar o sentido original das mesmas.

As tradições que ainda existem do que poderiam ter sido suas práticas religiosas foram conservadas no meio rural e incluem a observância do Halloween, rituais de colheita, plantas e animais que trazem boa ou má sorte e coisas do gênero. Todavia, mesmo tais tradições podem ter sido influenciadas pela cultura de povos vizinhos.

Fontes clássicas - A principal fonte clássica sobre os druidas é Júlio César, em sua obra De Bello Gallico (A Guerra da Gália). Todavia, os comentários de César sobre os druidas mal enchem uma página e dão margem a inúmeras dúvidas, infelizmente não sanadas por outros autores clássicos (que escreveram ainda menos sobre o tema). César fala sobre a organização e as funções da classe dos druidas (presidência dos ritos, pedagogos e juízes), a eleição do druida-mor, a reunião anual (conclave) na floresta de Carnutos, a isenção do serviço militar e a aprendizagem de longos poemas. Afirma também que os druidas se interessavam em aprender astronomia e assuntos da natureza, e se recusavam terminantemente em colocar seus ensinamentos por escrito.

Outros autores clássicos, como Plínio e Cícero, também se referem ao interesse dos druidas pelo estudo sério dos astros e pela prática da adivinhação. Tácito e Suetônio confirmam o interesse, mas nos apresentam os druidas como bárbaros cruéis e supersticiosos. Analisando o contexto histórico, T.D. Kendrick em sua obra The Druids, afirma que, até a época do início do Império Romano, os druidas gozavam de ótima reputação, mas, a partir da formação da Igreja Católica, começaram a ser atacados e desprestigiados. Peter Berresford Ellis, em El Espíritu del mundo celta, afirma que tal desprestígio se deveu muito mais a necessidade de justificativas para a conquista e dominação dos celtas do que por demérito dos druidas.

Certo mesmo é que a influência dos druidas deve ter sido considerável, pois três imperadores romanos tentaram extingui-los por decreto como classe sacerdotal num prazo de 50 anos - sem sucesso.

Fonte:
Wikipédia

Bibliografia
  • CARR-GOMM, Philip. Elementos da Tradição Druida. Ediouro, sd.
  • ELLIS, Peter Berresford. Druidas. El Espíritu del mundo celta. Trad. Javier Alonso López. Madrid, Oberon, 2001.
  • HIPÓLITO DE ROMA. Refutação de todas as heresias, Livro I, Cap. 22.
  • JÚLIO CÉSAR. Comentários sobre a Guerra Gálica (De Bello Gallico). Trad. Francisco Sotero dos Reis. Estudo de Otto Maria Carpeaux. Rio de Janeiro, Tecnoprint, sd.
  • LUPI, João. Os Druidas-Brathair 4(1), 2004:70-79, ISSN 1519-9053.
  • KENDRICK, T. D. The Druids. Londres, Random House, 1996.
  • MIRANDA JANE ALDHOUSE-GREEN. Dying for the Gods: Human Sacrifice in Iron Age & Roman Europe.‎ - 2001 - 208 páginas Edition: illustrated, Publicado por Tempus, 2001

QUEM ERAM OS DRUIDAS ?

TEXTO DE JOSÉ LAERCIO DO EGITO

– O que melhor se pode dizer é que os druidas foram membros de uma elevada estirpe de Celtas que ocupavam o lugar de juízes, doutores, sacerdotes, adivinhos, magos, médicos, astrônomos, etc. mas que evidentemente não constituíam um grupo étnico dentro do mundo Celta. Eram grandes conhecedores da ciência dos cristais.

As mulheres célticas gozavam de mais liberdades e direitos do que as de outras culturas contemporâneas, incluindo-se, até mesmo, o direito de participarem de batalhas, e de solicitarem divórcio. Neste contexto havia mulheres druidas. Na cultura druídica, portanto, a mulher tinha um papel preponderante pois era vista como a imagem da Deusa.

No contexto religioso, os Druidas eram sacerdotes e sacerdotisas dedicados ao aspecto feminino da divindade, a Deusa Mãe. Embora cultuassem a Deusa Mãe, mesmo assim admitiam que todos os aspectos expressos a respeito da Divindade eram ainda percepções imperfeitas do Divino. Assim, todos os deuses e deusas do mundo nada mais eram do que aspectos de um só Ser Supremo - qualquer que fosse a sua denominação visto sob a ótica humana.

A palavra druida é de origem céltica, e segundo o historiador romano Plínio - o velho, ela está relacionada com o carvalho, que na realidade era uma árvore sagrada para eles.

Desde que o povo celta não usava a escrita para transmitir seus conhecimentos, após o domínio do cristianismo perdeu-se muito das informações históricas daquela maravilhosa civilização e especialmente das que a precederam deste o fim da Atlântida, exceto aquilo que permaneceu zelosamente guardado nos registros de algumas Ordens Iniciáticas, especialmente a Ordem Céltica e a Ordem Druídica. Por isto, muito da historia dos Druidas até hoje é um mistério para os historiadores oficiais; sabem que realmente existiu entre o povo Celta mas que não nasceram nesta civilização. Sendo assim, impõe-se a indagação: de onde vieram os Druidas? Seriam Deuses? Ou Bruxos? O pouco que popularmente é dito a respeito dos druidas tem como base diversas lendas, como a do Rei Arthur, onde Merlin era um druida.

Diversos estudiosos têm argumentado que os Druidas originariamente pertenceram à pré-céltica (não Ariana) população da Bretanha e da Escócia.

Desde o domínio romano, instigado pelo catolicismo, a cultura druídica foi alvo de severa e injusta repressão, que fez com que fossem apagados quaisquer tipos de informação a respeito dela, embora na historia de Roma conste que Júlio César reconhecia a coragem que os druidas tinham em enfrentar a morte em defesa de seus princípios.

Os Druidas dominavam quase todas as áreas do conhecimento humano, cultivaram a música, a poesia, tinham notáveis conhecimentos de medicina natural, de fitoterapia, de agricultura e astronomia, e possuíam um avançado sistema filosófico muito semelhante ao dos neoplatônicos. O povo celta tinha uma tradição eminentemente oral, não faziam uso da escrita para transmitir seus conhecimentos fundamentais, embora possuíssem uma forma de escrita mágica conhecida pelo nome de escrita rúnica. Mesmo não usando a escrita para gravar seus conhecimentos, eles possuíram suficiente sabedoria a ponto de influenciarem outros povos e assim marcar profundamente a literatura da época, criando uma espécie de aura de mistério e misticismo.

A Igreja Católica, inspirada pela Conjura, demonstrou grande ódio aos Druidas que, tal qual outras culturas, foram consideradas pagãs, bruxos terríveis, magos negros que faziam sacrifícios humanos e outras coisas cruéis. Na realidade, nada disso corresponde à verdade, pois quando os primeiros cristãos chegaram naquela região foram muito bem recebidos, até porque a tradição céltica conta que José de Arimatéia, discípulo de Jesus, viveu entre eles e levado até lá o Santo Graal (Taça usada por Jesus na Última Ceia).

Em torno disto existem muitos relatos, contos, lendas e mitos, especialmente ligados à Corte do Rei Arthur e a Távola Redonda. São inúmeros os contos, entre eles, aqueles relativos à Corte do Rei Arthur, onde vivera Merlin, o mago, e a meia-irmã de Arthur, Morgana, que eram Druidas.

A religião druídica na realidade era uma expressão mais mística da religião céltica. Esta era mais mágica, por isso mais popular, com formas de rituais mais rústicos, e muito mais ligado à natureza ambiental, à terra que era tratada com carinho bem especial. A mais popular das expressões religiosas dos celtas constituiu-se a Wicca, que o Catolicismo fez empenho em descrever como um conjunto de rituais satânicos.

São frequentemente os festivais célticos. Para eles, o ano era dividido em quatro períodos de três meses, em cujo início de cada um havia um grande festival. Eram eles:

Imbolc - celebrado em 1 de fevereiro e era associado à deusa Brigit, a Mãe-Deusa protetora da mulher e do nascimento das crianças;

Beltane - celebrado em 1 de maio (também chamado de Beltine, Beltain, Beal-tine, Beltan, Bel-tien e Beltein). Significa "brilho do fogo". Este festival, muito bonito, era marcado por milhares de fogueiras;

Lughnasadh - (também conhecido como Lammas) dedicado ao Deus lugh, celebrado em 1 de agosto;

Samhain - a mais importante das quatro festas, celebrada em 1 de novembro. Hoje associada com o Hallows Day, celebrado na noite anterior ao Hallowen.

Basicamente a doutrina céltica enfatizava a terra e a deusa mãe, enquanto que os Druidas mencionavam diversos deuses ligados às formas de expressão da natureza; eles enfatizavam igualmente o mar e o céu e acreditavam na imortalidade da alma, que chegava ao aperfeiçoamento através das reencarnações. Eles admitiam como certa a lei de causa e efeito, diziam que o homem era livre para fazer tudo aquilo que quisesse fazer mas que, com certeza, cada um era responsável pelo próprio destino, de acordo com os atos que livremente praticasse. Toda a ação era livre, mas traria sempre uma consequência, boa ou má, segundo as obras praticadas. Mesmo sendo livre, o homem também respondia socialmente pelos seus atos, pois, para isto existia pena de morte aplicada aos criminosos perversos. A Igreja Católica acusava os Celtas e Druidas de bárbaros por sacrificarem os criminosos de forma sangrenta, esquecendo que ela também matava, queimando as pessoas vivas, sem que elas houvessem cometido crimes, apenas por questão de fé ou por praticarem rituais diferentes… pura ironia!

A crença céltica e a druídica diziam que o homem teria a ajuda dos espíritos protetores e sua libertação dos ciclos reencarnatórios seria mais rápida assim. Cada pessoa tinha a responsabilidade de passar seus conhecimentos adiante para as pessoas que estivessem igualmente aptas a entenderem a lei de causa e efeito, também conhecida atualmente como lei do carma.

Não admitiam que a Divindade pudesse ser cultuada dentro de templos constituídos por mãos humanas, assim, faziam dos campos e das florestas, principalmente onde houvesse antigos carvalhos, os locais de suas cerimônias.

Em vez de templos fechados eles reuniam-se nos círculos de pedra, como se veem nas ruínas de Stonehenge, Avebury, Silbury Hill e outros.

Enquanto em alguns dos festivais célticos os participantes o faziam sem vestes, os Druidas, por sua vez, usavam túnicas brancas. Sempre formavam os círculos mágicos, visando a canalização de força.


Por não usarem roupas em alguns festivais e por desenvolverem ritos ligados à fecundidade da natureza, por ignorância, por má fé ou mesmo por crueldade dos padres da Igreja, Celtas foram terrivelmente acusados de praticarem rituais libidinosos, quando na realidade tratava-se de ritos sagrados.








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