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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Teosofia


A PALAVRA TEOSOFIA É DE ORIGEM GREGA, DE THEOS, "DEUS", e sophos, "sabedoria", significando literalmente "sabedoria divina", ou "conhecimento divino".

O termo ganhou notoriedade no mundo ocidental a partir de 1875, com a fundação da Sociedade Teosófica, por Helena Petrovna Blavatsky, e pela grande polêmica que seus estudos criaram no meio cultural da época.

A Teosofia é um corpo de conhecimento que responde a diversas questões que envolvem a vida:

- Quem sou eu?
- O que estou fazendo aqui?
- Qual a origem do universo?

O antigo biógrafo grego Diógenes Laércio assinala em sua obra a existência da Teosofia numa época anterior à dinastia dos Ptolomeus, que reinou no Egito durante o período helênico - de 323 a.C. até o Egito se transformar em província romana, em 30 a.C. Segundo ele, o fundador da Teosofia seria um hierofante egípcio conhecido como Pot-Amun, um nome de origem copta (uma antiga forma de escrita usada no Egito), e significava "aquele que é consagrado a Amon", o Deus da Sabedoria. Pot-Amun exercia suas atividades ensinando Teosofia para aqueles que não eram iniciados nos mistérios egípcios.

A história mostra que ela foi revivida pelos filósofos neoplatônicos, Amônio Saccas (175-242) e Plotino (205-270), na Alexandria, Egito, durante o século 3. Conhecidos como philaletheus (amantes da verdade), fundaram a Escola Teosófica Eclética. O termo Teosofia fazia, então, referência a uma interpretação de acontecimentos do mundo exterior, como correspondentes de experiências da alma humana.

Os neoplatônicos também eram conhecidos como analogistas, porque não buscavam a sabedoria apenas nos livros, mas através de análises e correspondências da alma humana com o mundo exterior e com os fenômenos que envolviam a natureza. Eles se dividiam em neófitos, iniciados e mestres, e os seus discípulos eram obrigados, por juramento, a não divulgar as doutrinas mais elevadas. De acordo com o historiador da Antiguidade, Heródoto (484-425 a.C.), suas regras foram copiadas dos antigos Mistérios de Orfeu, da misteriosa religião do antigo mundo grego conhecida como Orfismo.

Na Escola Teosófica Eclética havia ensinamentos sobre os sistemas religiosos e espirituais de diversos povos, além do estudo das filosofias gregas. Esse fato explica a existência entre eles de alguns comportamentos e pensamentos budistas e hindus; por exemplo, aqueles que se relacionam ao respeito aos mais velhos e aos pais, e o ideal da afeição por toda raça humana. Suas atividades procuravam estabelecer um sistema de disciplina moral que estimulava a sociedade a viver de acordo com a lei de seus próprios países e que incentivava a purificação da mente pela busca da Verdade Absoluta.

O objetivo da escola consistia em absorver e extrair dos diversos ensinamentos religiosos uma harmonia perfeita, capaz de atingir todo coração que fosse amante da verdade. Dentro dessa concepção, a Teosofia seria a antiga e arcaica "Religião Sabedoria", conhecida em todos os países civilizados em que a sabedoria das escrituras servia como fonte de inspiração, com a personificação do princípio divino em nomes como Hermes, Thot e Buda.

Outros filósofos deram sequência e se aprofundaram nos ensinamentos de Amônio e Plotino, como Porfírio (233-305) e Jâmblico (250-300). Jâmblico teria transformado a filosofia de Plotino numa teurgia, ou conjugação mágica de deuses. Em sua obra Mistérios do Egito, revelou a possibilidade da manipulação mágica dos deuses em prol da satisfação dos desejos humanos.

O termo Teosofia também foi utilizado pelo artesão filósofo Jacob Boehme (1575-1624) no século 17, em Alt Seidenberg, Alemanha. Sua doutrina era extremamente hermética e sua fonte de pensamento teria sido Paracelso, de quem adotou idéias e a terminologia química.

A Sociedade Teosófica (S.T.) foi fundada em Nova Iorque, E.U.A., em 17 de novembro de 1875, por um pequeno grupo de pessoas, dentre as quais se destacavam uma russa e um norte americano: a Sra. Helena Petrovna Blavatsky e o cel. Henry Steel Olcott, seu primeiro presidente.

Em 1878, o cel. Olcott e a Sra. Blavatsky partiram para a Índia. Em 3 de abril de 1905, foi estabelecida legalmente a sede internacional da S.T. no bairro de Adyar, na cidade de Chennai (antiga Madras), estado de Tamil Nadu, no sul da Índia, onde permanece até hoje.

UMA SABEDORIA VIVA

Para que se possa compreender satisfatoriamente a S.T. e o seu trabalho, é necessário entender o significado da palavra Teosofia. Em primeiro lugar, cumpre esclarecer que a S.T. não é uma religião, e a Teosofia não é um credo. Este fato já está evidenciado no primeiro objetivo da S.T.

A origem da palavra Theosophia é grega e significa primária e literalmente Sabedoria Divina. Foi cunhada em Alexandria, no Egito, no século III d.C. por Amônio Saccas e seu discípulo Plotino que eram filósofos neo-platônicos.

Fundaram a Escola Teosófica Eclética e também eram chamados de Philaletheus (Amantes da Verdade) e Analogistas, porque não buscavam a Sabedoria apenas nos livros, mas através de analogias e correspondências da alma humana com o mundo externo e os fenômenos da Natureza. Assim, em conformidade com seu terceiro objetivo, a S.T., enquanto sucessora moderna daquela Escola antiga, almeja tal busca da Sabedoria não pela mera crença, mas pela investigação direta da Verdade manifesta na Natureza e no homem. Dizia Blavatsky: “o verdadeiro Ocultismo ou Teosofia é a ‘Grande Renúncia ao eu’, incondicional e absolutamente, tanto em pensamento como em ação – é Altruísmo". “Teosofia é sinônimo de Verdade Eterna, Divina, Absoluta, Paramarthika Satya ou Brahma-Vidya, que são seus equivalentes muito mais antigos na filosofia oriental. Teosofia, portanto, é uma Sabedoria Viva, o ideal que o verdadeiro teósofo busca alcançar e manifestar em sua vida diária como serviço à Humanidade.

A adjetivação teosófica na denominação da S.T. significa, desta forma, uma sociedade cujos objetivos refletem esta Sabedoria, ou que nesta têm sua inspiração. Isto não que dizer que todos os membros da S.T. possuam esta Sabedoria ao tentar realizar tais objetivos. Quer dizer, apenas, que uma sociedade “teosófica” é uma sociedade cujos objetivos podem trazer benefícios imensos ao mundo, desde que compreendidos e realizados apropriadamente.

Simbolo da Teosofia

Os dois triângulos equiláteros entrelaçados simbolizam o Universo como dualidade Espírito - Matéria. O de vértice para cima é o do Fogo, Espírito ou Pai; o de vértice para baixo é o da Água, Matéria ou Mãe.

A cruz ansata simboliza o Espírito mergulhado na Matéria e nela está crucificado, porém que ressuscitou da morte, permanecendo triunfante nos braços do vitimário já vencido e, por isso, é considerada a "Cruz da Vida", o símbolo da Imortalidade.

A cruz suástica (cruz alada ou cruz de fogo) é o símbolo da energia vertiginosa que cria um Universo. Ao contrário do que muitos acreditam, a suástica é usada há mais de três mil anos pelos chineses, tibetanos, antigas nações germânicas; encontrada também entre os bompas e budistas; usada como símbolo do budismo esotérico, figurando à frente de todos os símbolos religiosos de todas as nações antigas, sendo o mais sagrado e místico símbolo da Índia. Tem estreita relação e até identidade com a cruz cristã. Como diagrama místico de bom augúrio "svástika" (suástica), ou seja, signo de saúde.

A serpente que morde a própria cauda é o milenar símbolo da Eternidade, o círculo sem começo nem fim em que todos os universos crescem e declinam, nascem e morrem. Ao redor do símbolo o lema do Maharâja de Benares: Satyât nâsti paroDharma ("Não há Religião superior à Verdade").

Conceitos Básicos:

Segundo os Teosofistas, este corpus de conhecimento, a Sabedoria Divina, com a ética a ele associada, é tão antigo quanto o mundo, e a rigor, é o único conhecimento que vale a pena ser adquirido. Sua realidade e importância são relembradas às pessoas periodicamente, sob diversas denominações e formalizações adequadas ao espírito de cada época, local e povo para quem é apresentado, e é o tronco vivo e eterno de onde brotam as flores do ensinamento original de todas as grandes religiões do mundo, do passado e do presente.

Basicamente, a Teosofia prega a fraternidade universal, a origem espiritual das formas e dos seres, e a unidade de toda vida; defende uma fonte única e eterna para todo conhecimento, demonstra a identidade essencial entre os grandes mitos das culturas mundiais, traça o perfil da estrutura do cosmo e do homem e descreve seus mecanismos, suas potencialidades e suas transformações ao longo dos éons.

Outros conceitos fundamentais, conhecidos há milênios no oriente, mas que a Teosofia popularizou no ocidente, são a Reencarnação, o Karma e o Dharma. Apesar de recomendar o esforço próprio em busca do crescimento pessoal e uma vigilância incessante contra o auto-engano e a fé cega, ainda assim defende a Revelação, uma vez que declara a existência de seres superiores imortais, normalmente invisíveis, que possuem um conhecimento virtualmente ilimitado e poderes sobre-humanos, e de mundos e estados de consciência presentemente inacessíveis à pessoa comum. Mas diz que todos seremos capazes de atingi-los um dia, se não nesta vida, numa vindoura. Defende com isso, também, a Evolução da vida e do Homem, e a existência de Homens Perfeitos, os Mahatmas ou Mestres de Sabedoria. Estes Mestres, uma vez homens imperfeitos como nós, evoluíram para um estágio super-humano, de onde ora velam pela raça humana, dando-lhe ensinamento, diretamente ou através de seus mensageiros, os Profetas e Santos de todas as religiões, e auxílios inumeráveis como agentes da Providência e da Justiça Divinas, e mesmo aparecendo visivelmente entre seus irmãos menos evoluídos, quando os tempos o exigem, para dar-lhes conforto, direção e inspiração, e reacender nos corações humanos um amor mais intenso pelo divino.

A Teosofia diz que a fonte de todo mal é a ignorância. O conhecimento, segundo prega, é ilimitado, mas se bem que sua totalidade esteja além do alcance de qualquer ser individual, é em vasta medida acessível a todos através de um longo processo de evolução, aprendizado e aperfeiçoamento que, necessariamente, exige múltiplas encarnações, e continua até mesmo para regiões e idades onde a encarnação deixa de ser compulsória e a vida progride de beatitude em beatitude. A Teosofia é uma doutrina essencialmente otimista, pois refuta qualquer condenação eterna e não nega o mundo, ainda que declare que este que vemos e tocamos não é o único nem o maior, mais feliz ou mais desejável, e prevê, para todos os seres sem exceção, um progresso constante e um destino glorioso e absolutamente feliz. Como todas as grandes doutrinas espirituais, a Teosofia exalta o bem, a paz, o amor, a dedicação altruísta, e promove a cessação da pobreza, da ignorância, da opressão, discórdias e desigualdades.

Apesar de reconhecer a importância das religiões em seu estado mais puro como disseminadoras de ensinamentos importantes, não é uma filosofia teísta, se bem que possa ser descrita como panteísta, já que como um dos Mahatmas declara [2] com rigor cartesiano, a existência de Deus como uma entidade distinta do universo dificilmente pode ser provada, mas reconhece níveis diferentes de evolução entre os seres, numa escada graduada que se ergue a alturas insondáveis.

Seguiram-se outros livros, artigos e opúsculos, e dentre eles merece destaque A Voz do Silêncio, uma pungente e exaltada descrição do íngreme mas glorioso Caminho que leva à santidade, ao mesmo tempo que é um manual prático para aspirantes.

Outros seguidores imediatos seus também deram contribuições volumosas, valiosíssimas e originais ao tesouro da Teosofia moderna, entre eles Annie Besant, Alfred Sinnett, Henry Olcott, Charles Leadbeater e G.R.S. Mead, e desde lá a literatura teosófica não cessou de crescer, com a produção mais recente de Radha Burnier, Geoffrey Farthing, Geoffrey Hodson e uma legião de pensadores modernos.

Compreendendo a Teosofia:

A Teosofia é um oceano de conhecimento que se estende de um extremo a outro da evolução dos seres sensíveis. Insondável nas suas partes mais profundas, ela exige das mentes mais poderosas o máximo de seu alcance, embora seja suficientemente rasa em suas margens para ser entendido por uma criança. A Teosofia é a sabedoria sobre Deus, para aqueles que acreditam que Ele está em tudo e em todas as coisas, e é sabedoria sobre a natureza, para o homem que aceita a afirmação encontrada na Bíblia Cristã de que Deus não pode ser medido ou descoberto, e que a escuridão cerca sua tenda. Embora contenha por derivação o nome Deus e pareça, a princípio, abarcar apenas a religião, a Teosofia não nega a ciência, pois é a ciência das ciências e, por conseguinte, foi chamada de sabedoria das religiões. Porque nenhuma ciência é completa se deixar de fora qualquer aspecto da natureza, seja ele visível ou invisível; e a religião que se baseia apenas em uma revelação, deixando de lado as coisas e as leis que as governam, não é mais do que uma ilusão, um inimigo do progresso, um obstáculo no caminho do homem, em seu avanço rumo à felicidade. Englobando tanto o científico como o religioso, a Teosofia é uma religião científica e uma ciência religiosa.

Não é uma crença ou um dogma formulado ou inventado pelo homem, mas é o conhecimento das leis que governam a evolução dos fatores físicos, astrais, psíquicos e intelectuais na natureza e no ser humano. A religião de hoje é apenas uma série de dogmas fabricados pelo homem, sem nenhuma fundamentação científica para a ética que divulga; enquanto nossa ciência ainda ignora o invisível e não admite a existência de um conjunto completo de faculdades perceptivas internas no homem, ficando apartada do campo de experiência imenso e real que existe dentro do mundo visível e tangível. Mas a Teosofia sabe que o todo é constituído do visível e do invisível, e ao perceber que as coisas e objetos externos são transitórios, compreende os fatos da natureza, tanto interna quanto externa. Ela é, portanto, completa em si mesma e não vê mistério insolúvel em lugar algum; ela risca a palavra “coincidência” de seu vocabulário e saúda o reinado da lei em tudo e em todas as circunstâncias.

É crença comum à humanidade que o homem possui uma alma imortal. A isso, a Teosofia acrescenta que ele é uma alma, e mais ainda, que toda a natureza é sensível, que o vasto conjunto de objetos e homens não é um mero ajuntamento de átomos arranjados ao acaso e deste modo sem leis que produzem leis; mas que desde o menor dos átomos, tudo é alma e espírito sempre evoluindo sob o domínio da lei que é inerente ao todo. A Teosofia diz, tal como ensinaram os antigos, que o curso da evolução é o drama da alma e que a natureza não existe para outro propósito que não seja a experiência da alma.

Tradução de 'The Ocean of Theosophy', do autor William Q. Judge


Referências Literárias:

Entre as exposições modernas da Teosofia mais importantes e originais estão, sem dúvida, os escritos de Helena Blavatsky, que incluem Ísis sem véu (1877), A Doutrina Secreta (1888), A voz do silêncio (1889), e uma infinidade de panfletos, cartas e artigos sobre o tema, traduzindo, divulgando e esclarecendo uma massa de conceitos filosóficos e religiosos e princípios morais orientais, até então mal conhecidos e ainda menos compreendidos pelos povos do ocidente. Além de pintar um vasto painel da religião universal, utilizando especialmente o pensamento do oriente, analisa os dados comparando-os com as tradições ocidentais, lançando luz nova sobre pontos obscuros, desfazendo conceitos errôneos de nossas próprias linhas de pensamento e, em outros casos, corroborando, com definições Hinduístas ou Budistas, muitos dos elementos basilares das doutrinas Cristã, Judaica, Maometana, Gnóstica e outras de importância para a metade ocidental do globo.

Blavatsky foi uma escritora prolífica e incandescente, e sua memória para fontes raras e mesmo desconhecidas no ocidente era notoriamente prodigiosa. Contudo, de acordo com a autora, muitas vezes foram usados meios esotéricos para a composição dos textos, não podendo ela reivindicar a verdadeira autoria de grande parte do que havia escrito [3]. De qualquer forma, quando A Doutrina Secreta apareceu, como uma continuação, ampliação e aprofundamento de material já abordado em Ísis sem véu, foi imediatamente reconhecida como uma obra-prima por inúmeros luminares da Europa, e é a pedra angular da Teosofia moderna.

O texto é um debate filosófico monumental, onde a autora cita uma profusão inacreditável de fontes e esgrime com estonteante erudição argumentos históricos, antropológicos, arqueológicos, mitológicos, filosóficos, biológicos, químicos, hermenêuticos, filológicos e muitos outros, contra as superstições insensatas travestidas de dogmas das religiões, demonstrando a raiz comum a todos os credos, e tecendo duros ataques a todo formalismo religioso vazio e a toda fé cega, mas reconhecendo o valor de todas as Igrejas como instituições divinas e caminhos válidos para o aperfeiçoamento pessoal e coletivo, sendo possuidoras de parcelas importantes da Verdade Única.

Fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Teosofia

1. Blavatsky, Helena. Glossário Teosófico. Editora Ground, sem data, sem local.
2. Mestre K.H. O que é Deus - A visão de um Mestre de Sabedoria (em inglês)
3. Citada por Heindel, Max. In Blavatsky and The Secret Doctrine
4. Arquivos Secretos - Teosofia -Mythos Editora
5. Wikipédia


Revisado em 05.05.2013







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