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quinta-feira, 20 de março de 2014

O relacionamento sagrado



“Descansa em Mim tua mente, ó príncipe!
E satura toda a tua mente de Meu Ser, e ao deixares esta vida, morrerás certamente em Mim.”
                                     Bhagavad Gita, cap. XII, v. 8



Assim se expressou o Avatar Krishna certa vez a Arjuna. Com estas palavras, Krishna revelava ao seu discípulo mais íntimo a ciência sagrada da União com Deus, ou seja, a integração da mente individual (jivátma) com a Mente Universal do Pai/Mãe Amantíssimo (Paramátma).

Os hindus referem-se a esta integração espiritual usando uma simples palavra – YOGA. Yoga é, por tanto, a unificação com a consciência transcendental de Deus e é uma “ciência” que há muitos milênios foi semeada na Terra diretamente pelo Senhor Shiva, com a finalidade de ofertar ao ser humano os meios mais práticos e “rápidos” de se alcançar a libertação. Libertação aqui, refere-se à libertação de todo tipo de sofrimento e condição indigna a que estamos submetidos enquanto seres viventes neste universo de Brahma (o Senhor Javé).

Viver aqui, como bem percebeu há aproximadamente 2.500 anos Sidarta Gautama, o Buda, não é fácil e nos coloca em contato com o sofrimento em todas as fases de nossa vida. Mas, mesmo sendo uma constante na vida dos seres, na Terra ou mesmo fora dela, este estado de sofrimento não é algo infinito e pode ser superado a partir do esforço contínuo de qualquer individualidade existente na obra da criação deste universo.

Considerando as palavras de Krishna (“Descansa em Mim tua mente, ó príncipe! E satura toda a tua mente de Meu Ser, e ao deixares esta vida, morrerás certamente em Mim.”) podemos perceber uma das principais vias pela qual é possível atingir a meta suprema, ou seja, a conquista da liberdade espiritual. No entanto, ao nascermos no mundo nos identificamos tanto com o que aqui existe que tomamos esta ilusão como sendo a própria Realidade.

Conduzir-nos em plena existência material, no uso de um corpo grosseiro, limitado e animal, dificulta-nos compreender e recordar a real natureza de nosso ser interno, a qual é espiritual e divina – pois foi originada do Pai/Mãe Amantíssimo. Esta cegueira espiritual é o que nos faz viver uma vida inteira sem sequer termos vida interior, porque essa somente ocorre quando procuramos tomar contato com a presença de Deus, nosso Eu Superior. Infelizmente a maioria de nós não está nem mesmo interessada em saber que Deus é o morador interno de nosso ser, quanto mais tentar percebê-lo.

Mantermo-nos com o pensamento focado em Deus, dirigindo nossas forças, nosso amor, nossa vida e todas as nossas ações a Ele, fará certamente com que caminhemos pela trilha do autodescobrimento e o mais breve possível vençamos o mundo, porém na atitude humilde e pacífica de não entrar em confronto com quem quer que seja, pois que isso é inútil.

Vencer o mundo, da maneira como disse Jesus (“Eu venci o mundo”), significa estar no mundo, mas não se subordinar aos ditames do modo como comumente se vive a vida no mundo, através da imposição do mais forte sobre o mais fraco, da esperteza, etc.

Quando se vive a vida interior, isso torna-se possível. O Mestre Jesus estava constantemente em comunhão com sua Realidade Divina interior e, mesmo levando pancadas do mundo e dos seres que viviam no mundo, não se permitiu se desviar de sua comunhão com o Pai/Mãe Amantíssimo, no mais íntimo do seu Ser, e saiu daqui espiritualmente limpo, sem máculas e sem karmas a saudar em vidas futuras. E fez isso para nos mostrar que é possível e que a única maneira é ir ao encontro do Reino de Deus, reino este que, segundo Ele nos ensinou, está dentro de nós.

Estabelecer o contato sagrado (o “eu” como “Eu”) é assegurar uma vida digna, apesar de estarmos submetidos a uma faixa de realidade indigna. O contato sagrado é a vida interior tão necessária e o mesmo pode se estabelecer sem custo algum, sem ter que ter religião, sem ter que seguir ordens de alguém, sem ter que pagar pedágio, sem ter que ser médium, sem ter que ler “trezentos” livros para obter este conhecimento, etc.

E como é que é podemos fazer isso? Praticando algum tipo de disciplina espiritual que seja capaz de promover em nós a pacificação pessoal, a negação de si mesmo (do “eu falso”, o ego transitório que acreditamos ser) e o controle respiratório. Tudo que nos levar a estas três consequências básicas é em si a vivência da vida interior.

Krishna, como Avatar ou ser uno com a Consciência Divina que é, nos ensinou a focar Deus em nossa vida, a permanecer com o pensamento em Deus, mesmo fazendo algum tipo de atividade externa aparentemente incompatível. Usar um mantra pessoal, o qual possamos repetir várias vezes por dia, orar em gratidão e amor, falar sobre Deus a quem esteja interessado em ouvir, auxiliar a qualquer ser vivo como uma oferenda a Deus, permanecer na companhia de pessoas que buscam sinceramente o contato com Deus, dentre outras disciplinas, são exemplos bem práticos e acessíveis a todos.

As escrituras védicas ensinam que “aquele que conhece Deus, torna-se Deus”. Conhecer Deus só é possível quando nos aproximamos Dele verdadeiramente e quando, pela postura mental harmônica e pelas atitudes pacíficas e amorosas, O “atraímos” para junto de nós. E no final das contas, nesse relacionamento sagrado, à medida que vamos conhecendo cada vez melhor ao Pai/Mãe Amantíssimo, perceberemos em verdade que Ele e nós sempre fomos Um só.

Paulo Gustavo Tavares

fonte:
http://www.espiritbook.com.br/







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