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domingo, 27 de outubro de 2013

Irmão Jacob



FRED (Frederico) FIGNER
1866 / 1947
Pioneiro musical judeu/brasileiro

FRED (Frederico) FIGNER (Dez/1866 – 19/1/1947), que no livro “Voltei !” (*), psicografia de Chico Xavier, adotou o pseudônimo de “irmão Jacob”, foi diretor, vice-presidente da FEB e espírita atuante.

Prometeu escrever do além tão logo lá chegasse.

Quando encarnado, acreditava que a morte era uma mera libertação do espírito e que seguiria para as esferas de julgamento de onde voltaria a reencarnar, caso não se transferisse aos Mundos Felizes. Mas, conforme seu depoimento no livro, o que aconteceu após o seu desencarne não foi bem assim.

Deixou-nos um alerta: “Não se acreditem quitados com a Lei, atendendo pequeninos deveres de solidariedade humana.”

Frederico Figner nasceu em dezembro de 1866 em Milewko, na então Checoslováquia. Ainda muito jovem e buscando ampliar seus horizontes migrou para os Estados Unidos, chegando ao país no momento em que Thomas Edison estava lançando um aparelho que registrava e reproduzia sons por intermédio de cilindros giratórios. Fascinado pela novidade, adquiriu um desses equipamentos e vários rolos de gravação, embarcando com sua preciosa carga em um navio rumo a Belém do Pará, onde chegou em 1891 sem conhecer uma única palavra do português.

Naquela cidade começou a exibir a novidade para o público, que pagava para registrar e escutar a própria voz. O sucesso foi imediato e, de Belém, Fred se dirigiu para outras praças, sempre com o gravador a tiracolo. Passou por Manaus, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife e Salvador antes de chegar ao Rio de Janeiro, no ano seguinte, já falando e entendendo um pouquinho do nosso idioma e com um razoável pé de meia. Na Cidade Maravilhosa, Figner abriu sua primeira loja, a Casa Edison, em um sobrado da Rua Uruguaiana, onde importava e comercializava esses primeiros fonógrafos.


Comercial da Casa Edison
da Rua Uruguaiana

CASA EDISON

Por essa mesma época o cientista judeu Emile Berliner tinha acabado de lançar nos Estados Unidos um equipamento de gravação que utilizava discos revestidos com cera, com qualidade sonora superior ao do aparelho de Thomas Edison. Fred Figner percebeu de imediato o potencial da nova invenção e transferiu seu estabelecimento, de um sobrado da Rua Uruguaiana, para uma loja térrea na tradicional Rua do Ouvidor, onde abriu o primeiro estúdio de gravação e varejo de discos do Brasil, em 1900.

Casa Edison da Rua do Ouvidor

OS PRIMEIROS DISCOS

Os discos fabricados por Figner nessa fase inicial utilizavam cera de carnaúba, eram gravados em apenas uma das faces e tocados em vitrolas movidas a manivela. Apesar das limitações técnicas, essa iniciativa representou uma verdadeira revolução para a música popular brasileira, que engatinhava, pois, até então, os artistas só podiam se apresentar ao vivo (ou comercializar suas criações) por intermédio de partituras impressas. O primeiro disco brasileiro foi gravado na Casa Edison pelo cantor Manuel Pedro dos Santos, o Bahiano, em 1902. Era o lundu “Isto é Bom”, de autoria do seu conterrâneo Xisto da Bahia.

A partir daí mais e mais artistas começaram a gravar suas composições em discos que eram distribuídos pela Casa Edison do Rio e também pela filial que Figner havia aberto em São Paulo. A procura pelos discos cresceu tanto que em 1913 Fred decidiu instalar uma indústria fonográfica de grande porte na Av. 28 de Setembro, Vila Isabel, Rio de Janeiro, dando origem ao consagrado selo ODEON.



A MANSÃO FIGNER

Fred Figner era um homem à frente do seu tempo e, para coroar o sucesso nos negócios, decidiu erguer uma residência que espelhasse seu perfil empreendedor. A hoje conhecida “Mansão Figner”, situada na Rua Marquês de Abrantes 99, no Flamengo, abriga o Centro Cultural Arte-Sesc e o restaurante Bistrô do Senac. É considerada um exemplo arquitetônico raro de “casa burguêsa do início do século 20". Fred Figner utilizou-a como hospital, em 1918, durante a pandemia conhecida como Gripe Espanhola. Embora ele próprio ter contraído a enfermidade, atuou como um prestativo auxiliar de enfermagem, transformando seu palacete em uma improvisada enfermaria de campanha que chegou a abrigar quatorze pacientes em seu interior.

A Mansão Figner (hoje)

RETIRO DOS ARTISTAS

Fred era um homem generoso e solidário. Pela própria natureza do trabalho nas suas duas gravadoras havia se tornado amigo de muitos músicos e cantores de sucesso. Em uma época que antecedeu à criação da Previdência, ficou consternado com a situação de penúria que alguns desses artistas enfrentaram ao chegar à velhice. Sensibilizado com esse verdadeiro drama social, não titubeou e decidiu doar o terreno, em Jacarepaguá, para a construção da modelar instituição Retiro dos Artistas, que funciona até os dias de hoje.

Retiro dos Artistas em Jacarepagua

O FINAL

Em 19 de janeiro de 1947, faleceu, no Rio de Janeiro, aos 81 anos de idade. Ao se abrir seu testamento, nele constatou-se que Fred Figner havia destinado parte substancial dos seus bens às obras sociais de Chico Xavier.

O jornal carioca A Noite Ilustrada publicou editorial em que o judeu Frederico Figner foi honrado, post-mortem, com o merecido e justo título de “o mais brasileiro de todos os estrangeiros”.



Além de seus feitos que estão já imortalizados, fiquemos com a lembrança do homem, conforme nos relata Viriato Correia (1.884 – 1.967), jornalista, teatrólogo, romancista e membro da Academia Brasileira de Letras: “Aos 80 anos tinha as vibrações, os entusiasmos, as vivacidades das juventudes estouvadas. Quem o via pelas ruas, suado, chapéu atirado para a nuca, falando aqui, falando ali, numa pressa de moço de recados, pensava estar vendo um ganhador que, em cima da hora, corria para não perder a hora do negócio. No entanto, não era para ganhar que ele vivia a correr. Rico, muito rico, não precisava entregar-se a vassalagem do ganho. Corria para servir os outros, corria para ir ao encontro dos necessitados“.

“Frederico Fígner, introdutor do fonógrafo no Brasil, levou sua esposa desolada a Belém do Pará, na esperança de um reencontro com a menina Rachel, sua filha, que haviam perdido, o que quase os levara à loucura, a ele e à esposa.

Procuraram a médium Ana Prado, também mulher do campo, e numa sessão com ela a menina apareceu materializada, estimulando os pais a enfrentarem o caso com serenidade, pois ali estava viva, e falava e os beijava, e, sentava-se em seus colos, provando que não morrera.

Fígner, ao voltar para o Rio de Janeiro, dedicou-se dali por diante ao Espiritismo, com a chama da fé acesa em seu coração e no coração da esposa, mas agora uma fé inabalável, assentada na razão e nos fatos.“

MEDIUNIDADE (Vida e Comunicação), de J. Herculano Pires





(*) NOTA:

O livro "Voltei!" É leitura obrigatória para todo cristão que deseja sinceramente acertar o caminho.





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