Fundamentalismo islâmico é um termo de origem do islamismo ocidental utilizado para definir a ideologia política e religiosa fundamentalista que supostamente sustenta o islamismo; pragmaticamente de origem midiática, este termo definido no ocidente pelo senso comum, definindo o Islã como não apenas uma religião mas um sistema que também governa os imperativos políticos, econômicos, culturais e sociais do estado, quebrando o paradigma de estados laicos, comum nesta parte do planeta.
Um objetivo crucial do fundamentalismo islâmico, definido pelo ocidente é a tomada de controle do Estado por forma a implementar o sistema islamista, ou seja, que abrigue e coordene todos os aspectos sociais de uma sociedade através da sharia islâmica.
No seguimento dos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001, ocorridos nos Estados Unidos, o fundamentalismo islâmico e outros movimentos políticos inspirados por Bin Laden ganharam uma crescente atenção por parte dos meios de comunicação ocidentais, originando-se daí esta definição. A mídia confunde muitas vezes o termo "fundamentalismo islâmico" com outros termos relacionados ao islamismo em geral; apesar das organizações e pessoas que os representam não serem mutualmente exclusivos, em termos mais estritos, cada termo tem uma definição distinta. O governo do presidente norte-americano George W. Bush declarou oficialmente um estado de guerra permanente contra tais ataques, denominado de "Guerra ao Terror" (em inglês: War on Terror).
O conceito de fundamentalismo islâmico designa a aspiração da instauração de um estado islâmico, a introdução da charia, ou a própria aplicação dela, do direito islâmico e ao seguimento das normas de Maomé e dos primeiros quatro Califas Sunitas, sem, no entanto, renunciar aos benefícios da técnica moderna. Inicialmente, o termo ocidental "fundamentalismo" foi rejeitado, mas hoje eles defendem-se a si próprios como fundamentalistas.
O termo "fundamentalista" (usuli) existe no islã há séculos; a palavra designa no sentido tradicional apenas os acadêmicos da ilm al-usul, a ciência que se dedica ao estudo do fiqh (direito islâmico).
O acadêmico Bernard Lewis caracterizou o termo como infeliz e enganador, uma vez que ele foi usado originariamente no cristianismo. Ali, ele designa normalmente as correntes protestantes que pretenderam reacender as fontes divinas da Bíblia, valorizando o texto bíblico face às hierarquias estabelecidas em seu nome (sobretudo Lutero), e proclamavam a sua infalibilidade. Lewis chama a atenção para o fato de no Islã não ter havido até agora alguém que manifestasse dúvidas na origem divina do Alcorão (com uma exceção famosa, ver Versos satânicos) e desde logo todo muçulmano, ou seja, seguidor do islamismo, de acordo com a definição estrita, é um fundamentalista.