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domingo, 23 de outubro de 2011

Orientalismo X - Islamismo


O Islão ou Islã (do árabe الإسلام, transl. al-Islām) é uma religião monoteísta que surgiu na Península Arábica no século VII, baseada nos ensinamentos religiosos do profeta Maomé (Muhammad) e numa escritura sagrada, o Alcorão. A religião é conhecida ainda por islamismo.

Na visão muçulmana, o Islã surgiu desde a criação do homem, ou seja, desde Adão, sendo este o primeiro profeta dentre inúmeros outros, para diversos povos, sendo o último deles Maomé.[1]


Cerca de duzentos anos após Maomé, o Islã já se tinha difundido em todo o Médio Oriente, no Norte de África e na Península Ibérica, bem como na direção da antiga Pérsia e Índia. Mais tarde, o Islã atingiu a Anatólia, os Balcãs e a África subsaariana. Recentes movimentos migratórios de populações muçulmanas no sentido da Europa e do continente americano levaram ao aparecimento de comunidades muçulmanas nestes territórios.[2]

A mensagem do Islã caracteriza-se pela sua simplicidade: para atingir a salvação, basta acreditar num único Deus, rezar cinco vezes por dia voltado para Meca, submeter-se ao jejum anual no mês do Ramadão, pagar dádivas rituais e efetuar, se possível, uma peregrinação à cidade de Meca.

O Islã é visto pelos seus aderentes como um modo de vida que inclui instruções que se relacionam com todos os aspectos da atividade humana, sejam eles políticos, sociais, financeiros, legais, militares ou interpessoais. A distinção ocidental entre o espiritual e temporal é, em teoria, alheia ao Islã.

Etimologia


Islão provém do árabe Islām, que por sua vez deriva da quarta forma verbal da raiz slm, aslama, e significa "submissão (a Deus)" [3]

Segundo o arabista e filólogo José Pedro Machado, a palavra "Islão" não teria surgido na língua portuguesa antes de 1843, ano em que aparece no capítulo IX da obra Eurico, o Presbítero, de Alexandre Herculano.[4]  (Ao lado, a palavra Alá em árabe->)


O Islã é descrito em árabe como um "diin", o que significa "modo de vida" e/ou "religião" e possui uma relação etimológica com outras palavras árabes como Salaam ou Shalam, que significam "paz".[5]


Muçulmano, por sua vez, deriva da palavra árabe muslim (plural, muslimún), particípio ativo do verbo aslama, designando "aquele que se submete". O vocábulo pode ter penetrado no português a partir do castelhano, sendo provável que essa língua o tenha tomado do italiano ou do francês, línguas nas quais o vocábulo surge em 1619 e 1657, respectivamente (no primeiro caso como mossulmani, na obra Viaggi, de Pietro della Valle, e no segundo como mousulmans, na obra Voyages, de Le Gouz de la Boullaye).[6]

Em textos mais antigos, os muçulmanos eram conhecidos como "maometanos", estando este termo caindo em desuso porque implica, incorretamente, que os muçulmanos adoram Maomé (como, durante alguns séculos, por completo desconhecimento, o Ocidente pensou), o que torna o termo ofensivo para muitos muçulmanos. Durante a Idade Média e, por extensão, nas lendas e narrativas populares cristãs, os muçulmanos eram também designados como sarracenos e também por mouros (embora este último termo designasse mais concretamente os muçulmanos naturais do Magrebe, que se encontravam na Península Ibérica).

Islã pode se referir também ao conjunto de países que seguem esta religião (a jurisprudência islâmica utiliza, nesse caso, a expressão Dar-al-Islam, "casa do Islã").


Crenças

O Islã ensina seis crenças principais:

1. a crença em Alá (Allah), único Deus existente;
2. a crença nos anjos, seres criados por Alá;
3. a crença nos livros sagrados, entre os quais se encontram a Torá, os Salmos e o Evangelho. O Alcorão é o principal e mais completo livro sagrado, constituindo a coletânea dos ensinamentos revelados por Alá ao profeta Maomé;
4. a crença em vários profetas enviados à humanidade, dos quais Maomé é o último;
5. a crença no dia do Julgamento Final, no qual as ações de cada pessoa serão avaliadas;
6. a crença na predestinação: Alá tudo sabe e possui o poder de decidir sobre o que acontece a cada pessoa.


Deus

A pedra basilar da fé islâmica é a crença estrita no monoteísmo. Deus é considerado único e sem igual. Cada capítulo do Alcorão (com a exceção de um) começa com a frase "Em nome de Deus, o beneficente, o misericordioso". Uma das passagens do Alcorão frequentemente usadas para ilustrar os atributos de Deus é a que se encontra no capítulo (sura) 59:

"Ele é Deus e não há outro deus senão ele, que conhece o invisível e o visível. Ele é o Clemente, o Misericordioso!

Ele é Deus e não há outro deus senão ele. Ele é o Soberano, o Santo, a Paz, o Fiel, o Vigilante, o Poderoso, o Forte, o Grande! Que Deus seja louvado acima dos que os homens lhe associam!

Ele é Deus, o Criador, o Inovador, o Formador! Para ele os epítetos mais belos" (59, 22-24).


Os anjos

Os anjos são, segundo o Islã, seres criados por Alá a partir da luz. Não possuem livre arbítrio, dedicando-se apenas a obedecer a Deus e a louvar o seu nome. Maomé nada disse sobre o sexo dos anjos, mas rejeitou a crença dos habitantes de Meca, de acordo com a qual eles seriam as filhas de Deus.[7]Desempenham vários papéis, entre os quais o anúncio da revelação divina aos profetas; protegem os seres humanos e registram todas as suas ações. O anjo mais famoso é Gabriel, que foi o intermediário entre Deus e o profeta.

Para além dos anjos, o islamismo reconhece a existência dos jinnis, espíritos que habitam o mundo natural e que podem influenciar os acontecimentos. Ao contrário dos anjos, os jinnis possuem vontade própria; alguns são bons, mas de uma forma geral são maus. Um desses espíritos maus é Iblis (Satanás), também ele um jinn, segundo a crença islâmica, que desobedeceu a Deus e dedica-se a praticar o mal.


Os livros sagrados

Os muçulmanos acreditam que Deus usou profetas para revelar escrituras aos homens. A revelação dada a Moisés foi a Taura (Torá), a Davi foram dados os Salmos e a Jesus o Evangelho. Deus foi revelando a sua mensagem em escrituras cada vez mais abrangentes que culminaram com o Alcorão, o derradeiro livro revelado a Muhammad.


Os profetas



Miniatura persa que retrata a ascensão de Maomé ao céu.


O islamismo ensina que Deus revelou a sua vontade à humanidade através de profetas. Existem dois tipos de profeta: os que receberam de Deus a missão de dar a conhecer aos homens a vontade divina (anbiya; singular nabi) e os que para além dessa função lhes foi entregue uma escritura revelada (rusul; singular rasul, "mensageiro")

Cada profeta foi encarregado de relembrar a uma comunidade a existência ou a unicidade de Deus, esquecida pelos homens. Para os muçulmanos, a lista dos profetas inclui Adão, Abraão (Ibrahim), Moisés (Musa), Jesus (Isa) e Maomé (Muhammad), todos eles pertencentes a uma sucessão de homens guiados por Deus. Maomé é visto como o Último Mensageiro, trazendo a mensagem final de Deus a toda a humanidade sob a forma do Alcorão, sendo por isso designado como o "Selo dos Profetas". Quando Maomé começou a revelar o Alcorão, ele não acreditou que isso teria proporções mundiais, mas sim que somente reforçaria a fé no Deus.

Esses profetas eram humanos mortais comuns, o Islã exige que o crente aceite todos os profetas, não fazendo distinção entre eles. No Alcorão, é feita menção a vinte e cinco profetas específicos.

Os muçulmanos acreditam que Maomé foi um homem leal, como todos os profetas, e que os profetas são incapazes de ações erradas (ou mesmo testemunhar ações erradas sem falar contra elas), por vontade de Alá.


O dia do Julgamento Final

Segundo as crenças islâmicas, o dia do Julgamento Final (Yaum al-Qiyamah) é o momento em que cada ser humano será ressuscitado e julgado na presença de Deus pelas ações que praticou. Os seres humanos livres de pecado serão enviados diretamente para o Paraíso, enquanto que os pecadores devem permanecer algum tempo no Inferno, antes de poderem também entrar no Paraíso. As únicas pessoas que permanecerão para sempre no Inferno são os hipócritas religiosos, isto é, aqueles que se diziam muçulmanos, mas de fato nunca o foram.

Segundo a mesma crença, a chegada do Julgamento Final será antecedida por vários sinais, como o nascimento do Sol no poente, o som de uma trombeta e o aparecimento de uma besta. De acordo com o Alcorão, o mundo não acabará verdadeiramente, mas sofrerá antes uma alteração profunda.


A predestinação

Os muçulmanos acreditam no qadar, uma palavra geralmente traduzida como "predestinação", mas cujo sentido mais preciso é "medir" ou "decidir quantidade ou qualidade". Uma vez que, para o islamismo, Deus foi o criador de tudo, incluindo dos seres humanos, e sendo uma das suas características a omnisciência, ele já sabia, quando procedeu à criação, as características que cada elemento da sua obra teria. Assim sendo, cada coisa que acontece a uma pessoa foi determinada por Deus. Essa crença não implica a rejeição do livre arbítrio, pois o ser humano foi criado por Deus com a faculdade da razão, pelo que pode escolher entre praticar ações positivas ou negativas.


Os cinco pilares do Islã

Os cinco pilares do Islã são cinco deveres básicos de cada muçulmano:[8]

1. a recitação e aceitação da crença (Chahada ou Shahada);
2. orar cinco vezes ao longo do dia (Salá,Salat ou Salah);
3. pagar esmola (Zakat ou Zakah);
4. observar o jejum no Ramadão (Saum ou Siyam);
5. fazer a peregrinação a Meca (Haj) se tiver condições físicas e financeiras.

Os muçulmanos xiitas consideram ainda três práticas como essenciais à religião islâmica: além da jihad, que também é importante para os sunitas, há o Amr-Bil-Ma'rūf, "exortar o bem", que convoca todos os muçulmanos a viver uma vida virtuosa e encorajar os outros a fazer o mesmo; e o Nahi-Anil-Munkar, "proibir o mal", que orienta os muçulmanos a se abster do vício e das más ações, e também encorajar os outros a fazer o mesmo.[9]

Alguns grupos kharijitas existentes na Idade Média consideravam a jihad como o "sexto pilar do Islão". Atualmente alguns grupos do xiismo ismaelita entendem a "fidelidade ao Imam" como sexto pilar do Islã.


A profissão de fé (Chahada)

A profissão de fé consiste numa frase - que deve ser dita com a máxima sinceridade - através da qual cada muçulmano atesta que "não há outro deus senão Alá e Maomé é seu servo e mensageiro".[10]  No entanto, os muçulmanos xiitas têm por costume acrescentar "e Ali ibn Abi Talib é amigo de Alá". Essa frase também é dita quando se chama à oração (adhan).

De acordo com a maioria das escolas islâmicas, para se converter ao Islã é necessário proclamar três vezes a chahada ("testemunho") perante duas testemunhas: "Achadu ala ilaha ila Allah. Achadu ana Mohammad Rassululah" ("Testemunho que não há outra divindade senão Deus. Testemunho que Maomé é seu profeta mensageiro").


O Salat (a oração)

A oração no Islã (conhecida como Salá) é composta por cinco partes, todas espalhadas durante o dia e a noite, iniciando pela alvorada até à noite. Considerada o ponto mais próximo que se pode chegar de Deus. No Islã, não há obrigatoriamente hierarquia entre os adeptos, porém a comunidade, conhecida como ummah, escolhe uma pessoa com conhecimento suficiente para dirigir a adoração.[11]

Durante essas orações, são recitadas suratas do Alcorão, geralmente ditas em árabe, conduzidas pelo escolhido entre a comunidade. Não existe restrição para que o crente reze fora da mesquita, tampouco isso é uma desbonificação de sua oração, que pode ser feita em qualquer lugar, desde que tenha feito antes sua purificação.[8]

A purificação é realizada através da higiene específica e detalhada, que consiste basicamente em lavar as mãos, os antebraços, a boca, as narinas, a face; em passar água pelas orelhas, pela nuca, pelo cabelo e pelos pés.[11]

Se um muçulmano se encontrar numa área sem água ou numa área onde o uso da água não é aconselhável (porque poderia causar uma doença), pode substituir as abluções pelo uso simbólico de areia ou terra (tayammum). A oração abre-se com a orientação do crente na direção de Meca (qibla).[11]



A contribuição de purificação (Zakat)

O Islã estabelece que cada muçulmano deve pagar anualmente uma certa quantia, calculada a partir dos seus rendimentos, que será distribuída pelos pobres ou por outros beneficiários definidos pelo Alcorão (prisioneiros, viajantes, endividados…). Essa contribuição é encarada como uma forma de purificação e de culto. A quantia corresponde a 2,5% do valor dos bens em dinheiro, ouro e prata, mas o valor pode variar se se tratar, por exemplo, de produtos agrícolas (nesse caso a contribuição pode chegar a 10% da colheita agrícola).

Quem tiver possibilidades pode ainda contribuir, de forma voluntária, com outras doações (sadaqa), mas é importante que o faça em segredo e sem ser movido pela vaidade. O anúncio dessas doações somente poderá ser feito se isso contribuir para que outras pessoas sejam motivadas a fazer o mesmo (caso de personalidades e pessoas proeminentes da sociedade), e esse ato deve ser sincero, mesmo que em público.


O jejum no mês do Ramadão (Saum)

Durante o Ramadão (o nono mês do calendário islâmico), cada muçulmano adulto deve abster-se de alimento, de bebida, de fumar e de ter relações sexuais, desde o nascer até ao pôr do sol. Os doentes, os idosos, os viajantes, as grávidas ou as mulheres lactantes estão dispensados do jejum. Em compensação, essas pessoas devem alimentar um pobre por cada dia que faltaram ao jejum ou então realizá-lo noutra altura do ano. O jejum é interpretado como uma forma de purificação, de aprendizagem do auto-controle e de desenvolvimento da empatia por aqueles que passam fome ou outras necessidades.

O mês de Ramadão termina com o dia de celebração conhecido como Eid ul-Fitr, durante o qual os muçulmanos agradecem a Deus a força que lhes foi concedida para levar a cabo o jejum. As casas são decoradas e é hábito visitar os familiares. Essa comemoração serve também para o perdão e a reconciliação entre pessoas desavindas.


A peregrinação (Hajj)

Esse pilar consiste na peregrinação a Meca, obrigatória pelo menos uma vez na vida para todos os que gozem de saúde e disponham de meios financeiros. Ocorre durante o décimo segundo mês do calendário islâmico.

Os muçulmanos vestem-se com um traje especial todo branco, antes de chegar a Meca, para que todos estejam igualmente vestidos e não haja distinção de classes. Durante toda a peregrinação, não se preocupam com o seu aspecto físico. Depois de praticarem sete voltas em torno da Kaaba, os peregrinos correm entre as duas colinas de Safa e Marwa. Na última parte do Hajj, os muçulmanos devem passar uma tarde na planície de Arafat, onde Maomé disse o seu "Último Sermão". Os rituais chegam ao fim com o sacrifício de carneiros e bodes.


O Alcorão

Os ensinamentos de Alá (Allah, a palavra árabe para Deus) estão contidos no Alcorão (Qur'an, "recitação"). Os muçulmanos acreditam que Maomé recebeu esses ensinamentos de Alá por intermédio do anjo Gabriel (Jibreel), através de revelações que ocorreram entre 610 e 632 d.C.. Maomé recitou essas revelações aos seus companheiros, muitos dos quais se diz terem memorizado e escrito no material que tinham à disposição (omoplatas de camelo, folhas de palmeira, pedras…).

As revelações a Maomé foram mais tarde reunidas em forma de livro. Considera-se que a estruturação do Alcorão como livro ocorreu entre 650 e 656, durante o califado de Otman.

O Alcorão está estruturado em 114 capítulos chamados suras. Cada sura está por sua vez subdividida em versículos chamados ayat. Os capítulos possuem tamanho desigual (o menor possui apenas três versículos e os mais longos 286 versículos) e a sua disposição não reflete a ordem da revelação. Considera-se que 92 capítulos foram revelados em Meca e 22 em Medina. As suras são identificadas por um nome, que é, em geral, uma palavra distintiva surgida no começo do capítulo ("A Vaca", "A Abelha", "O Figo").

Uma vez que os muçulmanos acreditam que Maomé foi o último de uma longa linha de profetas, eles tomam a sua mensagem como um depósito sagrado e tomam muito cuidado com ela, assegurando que a mensagem tenha sido recolhida e transmitida de uma maneira a não trair esse legado. Essa é a principal razão pela qual as traduções do Alcorão para as línguas vernáculas são desencorajadas, preferindo-se ler e recitar o Alcorão em árabe. Muitos muçulmanos memorizam uma porção do Alcorão na sua língua original e aqueles que memorizaram o Alcorão por inteiro são conhecidos como hafiz (literalmente "guardião").

A mensagem principal do Alcorão é a da existência de um único Deus, que deve ser adorado. Contém também exortações éticas e morais, histórias relacionadas com os profetas anteriores a Muhammad (que foram rejeitados pelos povos aos quais foram enviados), avisos sobre a chegada do dia do Juízo Final, bem como regras relacionadas com aspectos da vida diária, como o casamento e o divórcio.

Além do Alcorão, as crenças e práticas do Islã baseiam-se na literatura hadith, que para os muçulmanos clarifica e explica os ensinamentos do profeta.


Autoridade religiosa

Não há uma autoridade oficial que decide se uma pessoa é aceita ou excluída da comunidade de crentes. O Islã é aberto a todos, independentemente de raça, idade, gênero ou crenças prévias. É suficiente acreditar na doutrina central do islamismo, ato formalizado pela recitação da chahada, o enunciado de crença do Islã, sem o qual uma pessoa não pode ser considerada um muçulmano.

Embora não exista no islamismo uma estrutura clerical semelhante à existente nas denominações cristãs, existe, contudo, um grupo de pessoas reconhecidas pelo seu conhecimento da religião e da lei islâmica, denominadas ulemás. Os homens que se destacam pelo seu grande conhecimento da lei islâmica podem receber o título de mufti, sendo responsáveis pela emissão de pareceres sobre determinada questão da lei islâmica; em teoria, esses pareceres (fatwas) só devem ser seguidos pela pessoa que o solicitou.


Ramos do Islã

Há várias denominações no Islã, cada uma com diferenças ao nível legal e teológico. Os maiores ramos são o Islã sunita e o Islã xiita.

O profeta Maomé faleceu em 632 sem deixar claro quem deveria ser o seu sucessor na liderança da comunidade muçulmana (a Umma). Abu Bakr, um dos primeiros convertidos ao islamismo e companheiro do profeta, foi eleito como califa ("representante"), função que desempenhou durante dois anos. Depois da sua morte, a liderança coube durante dez anos a Omar e logo em seguida a Otman, durante doze anos.

Quando Otman faleceu, ocorreu uma disputa em torno de quem deveria ser o novo califa. Para alguns, essa honra deveria recair sobre Ali, primo de Maomé, que era também casado com a sua filha Fátima. Para outros, o califa deveria ser o primo de Otman, Muawiyah. Quando Ali é eleito califa em 656, Muawiyah contesta a sua eleição, o que origina uma guerra civil entre os partidários das duas facções. Ali acabaria por ser assassinado em 661 e Muawiyah conquista o poder para si e para a sua família, fundando a dinastia dos Omíadas. Contudo, o conflito entre os dois campos continua e, em 680, Hussein, filho de Ali, é massacrado pelas tropas de Yazid, filho de Muawiyah.

Essas lutas estão na origem dos dois principais ramos em que atualmente se divide o Islã. Os partidários de Ali (shiat ali, ou seja, xiitas) acreditam que os três primeiros califas foram usurpadores que retiraram a Ali o seu direito legítimo à liderança. Essa crença é justificada em hadiths interpretados como reveladores de que, quando Maomé se encontrava ausente, ele nomeava Ali como líder momentâneo da comunidade.

O islamismo sunita compreende atualmente cerca de 90% de todos os muçulmanos. Divide-se em quatro escolas de jurisprudência (madhabs), que interpretam a lei islâmica de forma diferente. Essas escolas tomam o nome dos seus fundadores: maliquita (forte presença no Norte de África), shafiita (presente no Médio Oriente, Indonésia, Malásia, Filipinas), hanefita (presente na Ásia Central e do Sul, Turquia) e hanbalita (dominante na Arábia Saudita e Qatar).

O muçulmanos xiitas acreditam que o líder da comunidade muçulmana - o imã - deve ser um descendente de Ali e de sua esposa Fátima.

O Islã xiita pode, por sua vez, ser subdividido em três ramos principais, de acordo com o número de imãs que reconhecem: xiitas duodecimanos, ismailitas e zaiditas. Todos esses grupos estão de acordo em relação à legitimidade dos quatro primeiros imãs. Porém, discordam em relação ao quinto: a maioria dos xiitas acredita que o neto de Hussein, Muhammad al-Baquir, era o imã legítimo, enquanto que outros seguem o irmão de al-Baquir, Zayd bin Ali (zaiditas).

Os xiitas que não reconheceram Zayd como imã permaneceram unidos durante algum tempo. O sexto imã, Jafar al-Sadiq (702-765), foi um grande erudito que é tido em consideração pelos teólogos sunitas. A principal escola xiita de lei religiosa recebe o nome de jafarita por sua causa.

Após a morte de Jafar al-Sadiq ocorreu uma cisão no grupo: uns reconheciam como imã o filho mais velho de al-Sadiq, Ismail bin Jafar (m. 765), enquanto que para outros o imã era o filho mais novo, Musa al-Kazim (m. 799). Este último grupo continuou a seguir uma cadeia de imãs até ao décimo segundo, Muhammad al-Mahdi (falecido, ou de acordo com a visão religiosa, desaparecido em 874 para retornar no fim do mundo). Os primeiros ficaram conhecidos como ismailitas, enquanto que os que seguiram uma cadeia de doze imãs ficaram conhecidos como os xiitas duodecimanos; o termo "xiita" é geralmente usado hoje em dia como um sinônimo dos xiitas duodecimanos, que são maioritários no Irã.

Para os ismailitas, Ismail nomeou o seu filho Muhammad ibn Ismael como seu sucessor, tendo a linha sucessória dos imãs continuado com ele e os seus descendentes. O ismailismo dividiu-se, por sua vez, em vários grupos.

Outra denominação que tem origem nos tempos históricos do Islã é a dos kharijitas. Historicamente, consideravam que qualquer homem, independentemente da sua origem familiar, poderia ser líder da comunidade islâmica, opondo-se às polêmicas de sucessão entre sunitas e xiitas. Os membros desse grupo hoje são mais comumente conhecidos como muçulmanos ibaditas. Um grande número de muçulmanos ibaditas vive hoje no Omã.


Movimentos recentes

Um movimento recente no Islã sunita é o dos wahhabitas, assim denominados por ocidentais e por pessoas de fora dessa corrente ideológica. O wahhabismo é um movimento fundado por Muhammad ibn Abd al Wahhab no século XVIII, no que hoje é a Arábia Saudita. Os wahhabitas consideram-se sunitas e alguns afirmam seguir a escola hanbalita. O wahhabismo tem uma grande influência no mundo islâmico pelo fato de o governo saudita financiar muitas mesquitas e escolas muçulmanas existentes em outros países.


Misticismo

Às vezes visto pelos fieis muçulmanos comuns como um ramo separado do Islã,[12] o sufismo é antes uma forma de mística que pretende alcançar um contato direto com Deus através de uma série de práticas que geralmente incluem o ascetismo, a meditação, os jejuns, cantos e danças.

Desconhece-se de onde deriva a palavra sufismo (em árabe: tasawwuf). O termo poderá provir de sūf, "lã", o que se encontra relacionado com o fato de os primeiros sufis vestirem roupas feitas com o material, imitando os ascetas cristãos da Síria e da Palestina. Outra teoria procura relacionar sufismo com a palavra árabe safa, que significa "pureza".[13]

O sufismo já existia como movimento no primeiro século do Islã. Para os sufis, o próprio profeta Maomé seria um deles, já que levaria uma vida extremamente simples, tendo por hábito retirar-se de Meca para meditar numa caverna, tendo estabelecido uma relação próxima com Deus. Um dos primeiros representantes do sufismo foi al-Hasan al-Basri (642-728), que rejeitou o materialismo do mundo e criticou os soberanos omíadas. Saliente-se ainda deste período inicial uma mulher, Rabi'ah al-Adawiyah (? - 801), cujo amor por Deus leva-a a excluir o apego ao mundo.

Desde os séculos XII e XIII, os sufis organizam-se em ordens ou irmandades (tariqas), que seguem os métodos de realização espiritual ensinados por determinados mestres (os xeques ou pirs)."[14]  As ordens sufis podem ser encontradas quer no sunismo, quer no xiismo. O sufismo foi, por vezes, entendido pelas autoridades ortodoxas muçulmanas como uma ameaça, tendo os seus líderes e adeptos sido alvo de perseguições. O sufismo tem sido igualmente criticado devido ao fato de alguns dos seus mestres terem alcançado um estatuto de santo, tendo sido erguidos santuários nos locais onde nasceram ou faleceram, que se tornaram locais de peregrinações.


Comemorações

O calendário islâmico (também denominado calendário hegírico, em função da sua origem remontar à Hégira ou migração dos primeiros muçulmanos de Meca para Medina em 622 d.C.) segue o ano lunar, que é cerca de onze dias mais curto que o solar. Consequentemente, as comemorações muçulmanas acabam por circular por todas as estações de ano.

As duas comemorações do Islã são o Eid ul-Fitr, que celebra o fim do jejum do Ramadão, e o Eid ul-Adha, que marca o fim da peregrinação a Meca (Hajj).

O dia 10 do mês de Muharram (o primeiro mês do calendário islâmico) é um dia de particular importância para os muçulmanos xiitas. Neste dia, comemora-se o martírio do terceiro imã xiita, Hussein, morto em Karbala, em 680, por aqueles que os xiitas consideram usurpadores da liderança da comunidade muçulmana. No início deste mês, as pessoas envolvem-se em atividades como ouvir contadores de histórias relatar o martírio de Hussein ou assistir a peças de teatro que pretendem reconstituir os acontecimentos. O dia é marcado com procissões, que incluem atos de autoflagelação como bater no peito ou cortar-se com uma lâmina (os membros do clero xiita desencorajam essas práticas).

Outras comemorações populares incluem o Mawlid, que celebra o aniversário de Maomé (12 do mês de Rabi al-Awwal), A Noite da Ascensão (Laylat al-Micraj, no dia 27 de Rajab), quando se recorda o dia em que Maomé subiu ao céu para dialogar com Deus, e A Noite do Poder (Laylat al-Qadr, na noite do 26 para 27 do mês do Ramadão), que marca o aniversário da primeira revelação do Alcorão e durante a qual muitos muçulmanos acreditam que Deus decide o que acontecerá durante o ano.


Lugares sagrados

A Caaba ("O Cubo"), um edifício situado dentro da mesquita principal de Meca (Al Masjid Al-Haram), na Arábia Saudita, é o local mais sagrado do Islã. De acordo com o Alcorão, ela foi construída por Abraão (Ibrahim) para que todas as pessoas fossem ali celebrar os ritos da Hajj. No tempo do profeta Maomé, o monoteísmo instituído por Abraão tinha sido corrompido pelo politeísmo e pela idolatria. Segundo o islamismo, Maomé não procurou fundar uma nova religião, mas antes restabelecer o culto monoteísta que existia no passado. Uma vez que o Islão se identifica com a tradição religiosa do patriarca Abraão, é por isso classificado como uma religião abraâmica. O islamismo não nega diretamente o judaísmo e o cristianismo; pelo contrário, considera uma versão antiga e perdida dessas religiões monoteístas como parte da sua herança; as suas versões atuais teriam sido alteradas, o próprio Islã considerando-se uma restauração da verdade divina.

Al Masjid Al-Haram, em Meca, é considerada o maior centro de peregrinação do mundo.

O segundo local sagrado do islamismo é Medina, cidade para a qual Maomé e os primeiros muçulmanos fugiram (num movimento conhecido como Hégira), e onde se encontra o seu túmulo.

A cidade de Jerusalém é o terceiro local sagrado do Islã. Este estatuto advém da sua associação aos profetas anteriores a Maomé e sobretudo pelo fato de os muçulmanos acreditarem que o profeta teria viajado para esse local durante a noite, cavalgando um ser denominado Buraq, numa viagem conhecida como Isra. Uma vez em Jerusalém, ele teria ascendido ao céu (Mi’raj), onde dialogou com Deus e outros profetas, entre os quais Moisés. No local de Jerusalém onde se acredita que Maomé subiu ao céu, foi construída a Cúpula da Rocha, em cerca de 690, sobre as ruínas do antigo Templo de Salomão, dos judeus (foto). 

Os muçulmanos xiitas consideram ainda como sagradas as cidades de Karbala e Najaf, ambas no Iraque. Na primeira, ocorreu o martírio de Hussein (filho de Ali e neto de Maomé) e dos seus companheiros, quando este contestava o califado omíada. No Irã, devem também ser salientadas duas cidades sagradas para os xiitas, Mashhad e Qom.


Lei islâmica (Xariá)



Mulher vestindo um niqab em Palu, Indonésia.


A lei islâmica chama-se Xariá. O Alcorão é a mais importante fonte da jurisprudência islâmica, sendo a segunda a Suna ou exemplos do profeta. A Suna é conhecida graças aos ahadith, que são narrações acerca da vida do profeta ou o que ele aprovava, que chegaram até nós graças a uma cadeia de transmissão oral a partir dos Companheiros de Maomé. A terceira fonte de jurisprudência é o ijtihad ("raciocínio individual"), à qual se recorre quando não há resposta clara no Alcorão ou na Suna sobre um dado tema. Neste caso, o jurista pode raciocinar por analogia (qiyas) para encontrar a solução.

A quarta e última fonte de jurisprudência é o consenso da comunidade (ijma). Algumas práticas também chamadas de "charia" têm, também, algumas raízes nos costumes locais (Al-urf).

A jurisprudência islâmica chama-se fiqh e está dividida em duas partes: o estudo das fontes e metodologia (usul al-fiqh, raízes da lei) e as regras práticas (furu' al-fiqh, ramos da lei).


O Islã no mundo contemporâneo


Percentagem de população muçulmana por país


O Islã é a segunda religião com maior número de fiéis, atrás apenas do cristianismo, segundo o CIA World Factbook de 2005.[15]  De acordo com o World Network of Religious Futurists [16] e o U.S. Center for World Mission,[17] o islamismo estaria crescendo mais rapidamente em número de crentes que qualquer outra religião.

O Islã reúne hoje entre 1,5 a 1,8 bilhão de crentes.[18] Apenas 18% dos muçulmanos vivem no mundo árabe, um quinto encontra-se espalhado pela África subsariana, cerca de 30% vivem no Paquistão, Índia e Bangladesh, e a maior comunidade nacional encontra-se na Indonésia. Há significantes populações islâmicas na China, Ásia Central e Rússia.

A Áustria foi o primeiro país europeu a reconhecer o Islã como uma religião oficial (1912),[19] enquanto que a França tem atualmente a população mais elevada de muçulmanos da Europa Ocidental (entre 5 a 10%).[20][21]

Em Portugal, existe igualmente uma comunidade muçulmana, que nada tem a ver com os muçulmanos que viveram no país durante a Idade Média; são, na sua maioria, naturais das antigas colônias portuguesas de Moçambique e Guiné-Bissau que se fixaram em Portugal, após a independência desses territórios. O Islã xiita ismailita também está presente em Portugal, tendo a sua sede no Centro Ismaili de Lisboa, construído pela Fundação Aga Khan. Estima-se que o número de muçulmanos em Portugal ronde os 30 mil.[22]

Segundo o censo de 2000, o Brasil registra 27.239 muçulmanos.[23] Porém, para a Federação Islâmica Brasileira, o número de muçulmanos no Brasil ronda 1,5 milhão.[24]

A maioria dos muçulmanos brasileiros vive nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul, mas também existem comunidades significativas no Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Grande parte desses muçulmanos são descendentes de imigrantes sírios e libaneses que se fixaram no Brasil durante a Primeira Guerra Mundial.[25]

Na Guiné-Bissau, o Islã penetrou na Idade Média, tendo as ordens sufistas desempenhado um importante papel na sua difusão. Reúne hoje cerca de 45% da população. Outro país africano de língua oficial portuguesa com um número significativo de muçulmanos é Moçambique (17,8%).

O islamismo contemporâneo é dominado pelo tradicionalismo, preocupado com a manutenção de rituais e práticas antigas, como o uso do véu pelas mulheres. Existem ainda correntes que pretendem conciliar o Islã com aspectos da modernidade, que são principalmente ativas nos Estados Unidos da América. À semelhança do que acontece no judaísmo e no cristianismo, o islamismo é também marcado pela existência de movimentos ditos integristas ou fundamentalistas.

As tradições islâmicas baseiam-se no Alcorão, nos ditos do profeta (hadith) e nas interpretações dessas fontes pelos teólogos. Ao longo dos últimos séculos, tem-se verificado uma tendência para o conservadorismo, com interpretações novas vistas como indesejáveis.

A Xariá antiga tinha um caráter muito mais flexível do que aquele hoje associado com a jurisprudência islâmica (fiqh), muitos acadêmicos muçulmanos islâmicos acreditam que ela deva ser renovada e que os juristas clássicos deveriam perder o seu estatuto especial. Isso implica a necessidade de formular uma nova fiqh, que seja praticável no mundo moderno, como proposto pelos defensores da islamização do conhecimento, e que iria lidar com o contexto moderno. Esse movimento não pretende alterar os pontos fundamentais do islamismo, mas sim evitar más interpretações e libertar o caminho para a renovação do prévio estatuto do mundo islâmico como um centro de pensamento moderno e de liberdade.[26]


Perspectiva islâmica de outras religiões

O islamismo reconhece elementos de verdade no judaísmo e no cristianismo. Todos os profetas do judaísmo são reconhecidos também como profetas no Islã, assim como Jesus, que, de acordo com a perspectiva muçulmana, teria anunciado a vinda de Maomé. Para os seguidores dessas duas crenças, o Alcorão reservou a noção de "Povos do Livro" (Ahl al-Kitab), estabelecendo que devem ser tolerados devido ao fato de possuírem escrituras sagradas. À medida que os muçulmanos tomaram contato com outras religiões detentoras de revelações escritas, acabaram, em alguns casos, por conceder-lhes, também, esse estatuto (caso do zoroastrismo).

Porém, se o Islã reconhece o papel preparatório do judaísmo e do cristianismo, considera igualmente que os seguidores dessas religiões acabaram por seguir caminhos errados. Os judeus procederam mal ao adorarem o bezerro de ouro, tendo se tornado idólatras. Os muçulmanos acreditam que os cristãos erraram ao considerar Jesus como filho de Deus e ao defender doutrinas como a da Santíssima Trindade, porém, acreditam que Jesus é uma criatura de Deus, assim como Adão. Tais erros, segundo os muçulmanos, acarretaram a vinda de outro e último profeta enviado por Deus, Maomé.


Violência e as correntes radicais do islamismo

Correntes radicais do islamismo frequentemente são acusadas de atos terroristas, como os atentados às Torres Gêmeas, protagonizados em 11 de setembro de 2001 pela Al Qaeda. E a defesa intolerante da extinção do Estado de Israel defendida pelos grupos terroristas Hamas e Fatah. Em sua carta de fundação, por exemplo, o Hamas é claro na defesa da destruição do Estado Sionista,[27] sendo apoiado pela maioria do povo palestino.

Fundamentalistas também defendem a submissão da mulher, a perseguição a cristãos e o assassinato de dissidentes em países islâmicos.[28] Estima-se que aproximadamente quatro milhões de cristãos libaneses emigraram de seu país em consequência das pressões impostas pelos muçulmanos.[29] 

A condição de vida das mulheres também é precária em países fundamentalistas islâmicos, como a Arábia Saudita: "Para o pensamento ortodoxo muçulmano, a mulher vale menos do que o homem [...]", explica Leila Ahmed, especialista em estudos da mulher e do Oriente Próximo da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos.[30] Assim sendo, violências físicas e tratamentos desumanos, como o apedrejamento, são constantes entre os países fundamentalistas: "Segundo a lei islâmica denominada Sharia (Shari'ah ou Charia), uma mulher considerada adúltera deve ser enterrada até o pescoço (ou as axilas) e apedrejada até a morte […]".[31] 

A intolerância a críticas também é alvo constante de respostas por parte da imprensa às vertentes radicais do Islã. Recentemente, cartunistas dinamarqueses foram ameaçados de morte por publicarem charges consideradas insultosas para alguns muçulmanos,[32] algo comum no Ocidente e sua contraparte cristã. O Papa também foi ameaçado de morte por considerar o Islã uma religião violenta.[33] 

O crítico Daniel Pipes cita uma cadeia histórica de reações radicais a críticas e atos humorísticos por parte de extremistas islâmicos, que vão de ameaças a mortes de dezenas de pessoas.[33] Porém, o islamismo moderado mostra-se como vertente desejosa da paz, tanto quanto o budismo, o cristianismo, o judaísmo ou qualquer outra grande religião.[34] 


Referências

1. O Profeta Adão (em inglês) Islam.com.
2. Expansão do Islã (em pps) comibam.org.
3. Mircea Eliade, Dicionário das Religiões, Lisboa, Publicações D. Quixote
4. José Pedro Machado, "Islão" em Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, segundo volume (E-M), Editorial Confluência, s.d., p. 810
5. O Que o Islam Significa? islam.com.br.
6. José Pedro Machado, "muçulmano" em Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, quarto volume (M-P), Lisboa, Livros Horizonte, 1977, p.176)
7. Annemarie Schimmel, Islam an Introduction, SUNY Press, 1992, p. 83
8. a b Breve Introdução ao Islã Sociedade Beneficente Muçulmana.
9. Momen (1987), p.180
10. A Shahada e sua Importância Sociedade Beneficente Muçulmana.
11. a b c A Importância da Oração (Salat) Sociedade Beneficente Muçulmana.
12. Sufistas no Mundo Islâmico - Major Branches of Religions Ranked by Number of Adherents (em inglês). Adherents.com (2005-10-28).
13. Jamal J. Elias, Islamismo, Lisboa, Edições 70, 2003, p. 53
14. Mateus Soares de Azevedo, Iniciação ao Islã e Sufismo, Rio de Janeiro, Record, 2001, , pp. 57-85
15. CIA
16. Trends in Religion (em inglês). World Network of Religious Futurists.
17. GROWTH RATE OF CHRISTIANITY & ISLAM (em inglês). Religious Tolerance.
18. Major Religions of the World Ranked by Number of Adherents (em inglês). Adherents.com (2007-08-27).
19. Muçulmanos questionam representatividade de órgãos islâmicos europeus (em português). Deutsche Welle (22 de maio de 2007).
20. DOSSIÊ - A FRANÇA E O ISLÃ (em português). Agenzia Fides.
21. Human Rights Watch
22. Observatório da Imigração
23. IBGE
24. Tradução vai facilitar conhecimento do islamismo
25. "O Islã não é só árabe" - Revista Galileu 
26. "Caleidoscópio saudita" - Le Monde diplomatique, 2006
27. UOL
28. PMI
29. Beth-Shalon
30. Abril
31. Quatrocantos
32. Globo
33. Daniel Pires
34. Abril


Bibliografia

  • CARMO, António - Antropologia das Religiões. Lisboa: Universidade Aberta, 2001. ISBN 972-674-359-1.
  • ELIAS, Jamal J. - Islamismo. Lisboa: Edições 70, 2000. ISBN 972-44-1054-4.
  • GUELLOUZ, Azzedine - "O Islão" in As Grandes Religiões do Mundo, direção de Jean Delumeau. Lisboa: Editorial Presença, 1997. ISBN 972-23-2241-9.
  • MOMEN, Moojan (1987). An Introduction to Shi`i Islam: The History and Doctrines of Twelver Shi`ism. Yale University Press. ISBN 978-0-300-03531-5.
  • SCHUON, Frithjof - Para Compreender o Islã. Rio de Janeiro, 2006. ISBN 85-7701-046-5.
  • SOARES DE AZEVEDO, Mateus - Iniciação ao Islã e Sufismo. Rio de Janeiro, Record, 2001 (4a. edição). ISBN 85-01-04181-5.
  • SOARES DE AZEVEDO, Mateus - Mística Islâmica. Petrópolis, Vozes, 2002 (3a. edição). ISBN 85-326-2357-3
  • STODDART, William - O Sufismo: doutrina metafísica e via espiritual no Islão. Lisboa, Edições 70, 1980.
  • The Encyclopaedia of Islam, Brill.

Fonte:Wikipedia


Livros Sagrados e doutrinas religiosas


O Alcorão ou Corão é um livro sagrado que reúne as revelações que o profeta Maomé recebeu do anjo Gabriel. Este livro é dividido em 114 capítulos (suras). Entre tantos ensinamentos contidos, destacam-se: onipotência de Deus (Alá), importância de praticar a bondade, generosidade e justiça no relacionamento social. O Alcorão também registra tradições religiosas, passagens do Antigo Testamento judaico e cristão.

Os muçulmanos acreditam na vida após a morte e no Juízo Final, com a ressurreição de todos os mortos.

A outra fonte religiosa dos muçulmanos é a Suna que reúne os dizeres e feitos do profeta Maomé.


Preceitos religiosos

A Sharia define as práticas de vida dos muçulmanos, com relação ao comportamento, atitudes e alimentação. De acordo com a Sharia, todo muçulmano deve: crer em Alá como seu único Deus; fazer cinco orações diárias curvado em direção a Meca; pagar o zakat (contribuição para ajudar os pobres); fazer jejum no mês de Ramadã e peregrinar para Meca pelo menos uma vez na vida.

Faz parte ainda a jidah que é a Guerra Santa, cujo objetivo é reformar o mundo e difundir os princípios do Islã. A jidah, porém, não é aceita por todos os muçulmanos.


Locais sagrados

Para os muçulmanos, existem três locais sagrados: A cidade de Meca, onde fica a pedra negra, também conhecida como Caaba.

A cidade de Medina, local onde Maomé construiu a primeira Mesquita (templo religioso dos muçulmanos). A cidade de Jerusalém, cidade onde o profeta subiu ao céu e foi ao paraíso para encontrar com Moises e Jesus.


Divisões do Islamismo

Os seguidores da religião muçulmana se dividem em dois grupos principais: sunitas e xiitas. Aproximadamente 85% dos muçulmanos do mundo fazem parte do grupo sunita. De acordo com os sunitas, a autoridade espiritual pertence a toda comunidade. Os xiitas também possuem sua própria interpretação da Sharia.



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