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domingo, 26 de junho de 2011

Mitologia Egípcia


Os egípcios eram politeístas. Adoravam vários deuses, em cerimônias patrocinadas pelo estado ou pelo povo. Geralmente os deuses possuíam formas de animais (zoomorfismo) ou uma mistura de homem e animal (antropozoomorfismo).

No período Pré-Dinástico, os deuses eram representados por animais da região, como falcões, hipopótamos, crocodilos, leões, chacais e etc. Com a unificação do país, os deuses locais passaram a conviver com novos deuses cultuados em toda a extensão do reino.

O deus mais importante era Rá, considerado como o criador do Universo. Quando a capital do império passou a ser Tebas, Amon, o deus protetor dos tebanos, e Rá passaram a ser um só deus, chamado Amon-Rá. Logo depois vêm os mais populares: Osíris, Ísis, Hórus, Ptah, Hator, Anúbis e Toth.

Antiga religião egípcia (ou mitologia egípcia) é o nome dado à religião praticada no antigo Egito desde o período pré-dinástico, cerca de 3.000 anos a.C., até o surgimento do cristianismo. Inicialmente, era uma religião politeísta por crer em várias divindades, como forças da natureza. Ao passar dos séculos, a crença passou a ser mais diversificada, sendo considerada henoteísta, porque acreditava em uma divindade criadora do universo, tendo outras forças independentes, mas não iguais a este. Também pode ser considerada monoteísta, pois tinha a crença em um único deus. As outras divindades eram neteru (plural de neter), e que podem ser chamados de "anjos de deus", o que seriam vários aspectos de um mesmo deus. A religião era praticada em templos e santuários domésticos. A religião ainda é praticada atualmente, porém com minorias.

O kemetismo é uma reconstrução neopagã da religião ainda praticada atualmente.

Cosmologia e criação

No princípio emergiu das águas uma ilha, e nela havia um ovo, do qual saiu Rá, iluminando todas as coisas. Todos os outros deuses seriam filhos de Rá (Nut, Chu e Geb).

A deusa Nut se casou com Geb em segredo. Depois de algum tempo, Rá descobriu o que tinha acontecido e ficou furioso com Nut. Como castigo, tornou Nut estéril. Com isso, Nut usou sua criatividade, desafiando Thot em um jogo de dados. Com sua vitória, conseguiu que Thot acrescentasse cinco novos dias ao calendário de 360 dias. Com os novos dias, que não eram vigiados por Rá, teve seus filhos: Osíris, Ísis, Set e Néftis.

O princípio do universo é a formação única de Deus, que não se fez do nada, e sim, autocriou seus aspectos. Os aspectos de Deus, como dito anteriormente, chamam-se neteru (no singular: neter no masculino e netert no feminino). Tudo vem a início de um líquido infinito cósmico chamado Nun (Nu ou Ny), este é o ser subjetivo. Quando esse líquido se autocria e torna-se real, é Atum, o ser objetivo. Essa passagem é semelhante a passagem de inconsciente para consciente do ser humano.

Atum criou uma massa única universal que deu origem a uma explosão (Big Bang) pré-planejada. Mas o universo era formado apenas por nêutrons, sem elétrons ou prótons.

Os próximos neteru a serem gerados eram Geb e Nut, que criaram os dois ambientes da Terra: o céu e a terra (plana). Estes também deram origem aos quatro neteru da vida: Osíris, Ísis, Seth e Néftis. Osíris criou a vida no além e todo o processo de jornada até o céu. Ísis é responsável por todos os seres vivos. Seth representa os opostos mas também coisas más, como ódio e caos. Néftis representa o deserto, a orientação, e o ato de morte.

Osíris era o neter que criou o ciclo de vida e morte, por isso governava a terra. Seth, movido a inveja, resolveu armar uma forma de matá-lo. Então, de forma incerta, provavelmente mostrando outra intenção, o trancafiou em um caixão e jogou no Nilo para se perder e ninguém nunca achar. Néftis percebeu isso e avisou Ísis; começaram a procurar e encontraram o caixão, e recuperaram Osíris. Seth, como era uma forma do mal, esquartejou a forma material de Osíris em 40 pedaços e espalhou-os por todo o deserto e no Nilo. Ísis, depois de muito tempo, conseguiu encontrar todos eles, exceto o pênis, que foi devorado por três peixes. Então Osíris uniu-se a Ísis e gerou um filho, a primeira idéia de "imaculada concepção", e ela ficou conhecida com "Virgem Ísis".

O filho era Hórus, o herdeiro que então lutou contra Seth, perdendo um olho na batalha, mas conseguiu vencê-lo. Esse olho ficou conhecido como "Olho de Hórus", que foi reconhecido como símbolo de proteção pelos egípcios. Hórus também era conhecido como o "salvador da humanidade". Depois disso, Seth se tornou um neter menor. 

Também há histórias dizendo que Hórus encarnou na terra e mostrou ensinamentos à humanidade. Ele seria guiado pela estrela Sirius e presenteado em seu nascimento por três reis, que seriam representados pelas Três Marias. Também fez milagres na terra, como andar sobre as águas do Nilo. Em outra versão, teria ressuscitado um homem chamado El-Azar-Us. Foi morto pelo faraó (por inveja deste) e também teria ressuscitado alguns dias depois. Fora da terra, teria se casado com Hathor.

O culto dos animais

O culto aos animais existiu no Egito desde épocas remotas, mas vulgarizou-se na época do Império Novo. Determinados animais, como o boi ou o gato, eram considerados manifestações da divindade.

O culto era orientado não a todos os animais da mesma espécie, mas a um, identificado como divino, pelo fato de possuir uma marca distintiva.

Eram colocados em jaulas junto aos templos, sendo alvo de um culto entre o povo e de atenções especiais na sua alimentação e conforto. Quando morriam, estes animais eram mumificados e enterrados em necrópoles próprias.

O julgamento dos mortos

Pesagem das almas no Livro dos Mortos. O coração é pesado contra a pluma da verdade, enquanto o monstro Ammut espera para devorar o coração se necessário. O morto chegaria a uma grande sala de justiça, onde, além do Deus Osíris, estavam quarenta e dois juízes com cabeça de animal e uma faca na mão. O morto fazia então a chamada "confissão negativa", através da qual proclamava não ter roubado, matado, cometido adultério, etc. O seu coração era colocado sobre uma balança e pesado contra uma pena, o símbolo de Maet. Se tivesse o mesmo peso era considerado inocente; em caso contrário, seria lançado a Ammut, um monstro que era parte leão, parte hipopótamo e parte crocodilo, que devorava o coração. A alma justa entrava num local idílico; para os habitantes do Delta, esse local eram os Campos Elíseos (Sekhet-hetepet), onde a Primavera era eterna. Os mortos teriam um vida agradável, desempenhando a mesma função que tinham na terra.

O culto dos mortos

Nos primeiros tempos da história egípcia, a possibilidade de uma vida depois da morte estava reservada ao faraó, tendo, a partir da V dinastia, se verificado uma democratização desta concepção, que passou a abranger toda a população.

Contudo, para permitir o acesso e a continuação nessa vida, era necessário que o corpo estivesse preservado, o que explica a recusa à mumificação.

A mumificação

Nos primeiros tempos, os Egípcios praticaram uma mumificação "natural": os cadáveres era envoltos em peles de animais e enterrados no deserto, onde a secura os conservava.

Progressivamente, desenvolveram uma mumificação artificial, que atingiu a perfeição no Império Novo.

Os trabalhos de embalsamento era realizados na margem ocidental do Nilo, longe das habitações, em tendas, e depois em salas conhecidas como "Belas Casas" ou "Casas da Purificação".

Os trabalhos eram vigiados por sacerdotes que usavam máscaras que reproduziam a cabeça de Anúbis, deus dos mortos.

Depois de velado pelo falecido, a família encontrava-se com os embalsamadores que mostravam os vários tipos de mumificação. Uma vez escolhido o modelo, conforme as possibilidades econômicas da família, os profissionais começavam o trabalho.

Conhece-se hoje o processo de embalsamento graças ao relato de Heródoto, já que os Egípcios não deixaram qualquer tipo de descrição sobre esta técnica. No essencial, a ciência moderna confirmou o relato.

Segundo o historiador grego, a técnica mais nobre, que pretendia reproduzir o embalsamento que tinha sido feito sobre Osíris, começava com a extração do cérebro pelas narinas, com a ajuda de um gancho de ferro. Com uma faca de pedra da Etiópia fazia-se um corte na ilharga, por onde se retiravam os intestinos. A cavidade abdominal era limpa e lavada com vinho de palma e com substâncias aromáticas.

O ventre era enchido com uma mistura de mirra e canela, sendo cozido. O cadáver era depois mergulhado num banho de natrão (silicato de soda e alumínio), onde permanecia durante setenta dias; a partir do Império Médio sabe-se que os profissionais recorreram ao pó de natrão, que se achava num vale desértico. Terminado este período, o corpo era lavado e envolto em faixas de pano revestidas com resinas. Começava-se pelos dedos das mãos e dos pés, seguindo-se o envolvimento das extremidades, do tronco e da cabeça. Fazia depois um envolvimento geral de cima para baixo, e outro de baixo para cima. Durante todo este processo eram recitadas fórmulas mágicas e colocados amuletos entre as faixas, como o Olho de Hórus e o "nó de Ísis". O corpo era então entregue aos familiares, que o colocavam num caixão com a forma do corpo humano.

Outra técnica de embalsamento não retirava os órgãos internos, limitando-se a injetar, pela boca, óleo de cedro, tapando-se a boca. O corpo era depois colocado no banho de natrão, onde permanecia também setenta dias. Terminado este período, retirava-se do banho e deixava-se sair o óleo, dissolvendo as vísceras. A terceira técnica injetava um purgante que limpava os intestinos e colocava o corpo no banho de natrão. Os mais pobres limitavam-se a enterrar os seus, embrulhando os corpos nas peles dos animais e enterrando-os nas areias.

Os órgãos que tinham sido retirados do corpo (intestino, fígado, estômago e pulmões) eram mumificados à parte e colocados, cada um, em vasos especiais, denominados hoje em dia como canopos.

A MORTE

Os egípicios acreditavam que o ser humano era formado por Ka (o corpo) e por (a alma). Para eles, no momento da morte, a alma (Rá) deixava o corpo (Ká), mas ela podia continuar a viver no reino de Osíris ou de Amon-Rá. Isso seria possível somente se fosse conservado o corpo que devia sustentá-la. Daí vinha a importância de embalsamar ou mumificar o corpo, para impedir que o mesmo se decompusesse. Para assegurar a sobrevivência da alma, caso a múmia fosse destruída, colocava-se, no túmulo, estatuetas do morto.

O processo de mumificação acontecia da seguinte maneira: o sacerdote abria o corpo do morto ao meio, tirando seus órgãos moles (os órgãos que apodrecem rápido). Depois, cortava o nariz, de forma que pudesse retirar o cérebro com um gancho especializado. O sacerdote colocava dentro do corpo do morto alguns medicamentos. Após todo o ritual, o sacerdote amarrava uma espécie de pano que ajudava a conservar o corpo.

Anúbis era o deus egípcio associado à mumificação e rituais fúnebres.

Dentro das pirâmides ficavam os bens do morto. Os egípcios colocavam nas pirâmides tudo que eles achavam que poderiam reutilizar na outra vida (móveis, jóias, etc). O túmulo era como uma habitação de um vivo, com móveis e provisões de alimentos. As pinturas das paredes representavam cenas do morto, na caça e na pesca. Eles acreditavam nos poderes mágicos dessas pinturas, pois achavam que a alma do morto se sentia feliz e serena ao contemplá-las. A alma do morto comparecia ao Tribunal de Osíris, onde era julgada por suas obras, para ver se podia ser admitida no reino de Osíris.

Os antigos egípcios também acreditavam que os túmulos eram moradias de eternidade. Para melhor proteger os corpos, as múmias eram colocadas em sarcófagos bem fechados. Os faraós, os nobres, os ricos e alguns sacerdotes construíam grandes túmulos de pedras para garantir a proteção dos corpos contra ladrões e profanadores, aqueles que invadem lugares sagrados ou câmaras funerárias. Eram feitos para garantir a longa espera no tempo, até que a alma voltasse para a vida. Assim foram construídas mastabas, pirâmides e hipogeus ricamente adorados.

Deuses e Religião do Antigo Egito

Amon, Rá, Atom


Atom ou ATON é o deus da origem do universo, associado com a serpente e também com o sol negro, e significa «o oculto» ou «aquele que é (ou está) oculto».

Amon era o deus cornudo porque associado ao carneiro, cuja simbologia está relacionada com o signo astrológico de capricórnio. Era também representado por um ganso.

era o deus que originou todas as coisas, deus da vida, associado ao Sol. Amon 

No Egito estas 3 divindades acabaram constituindo uma santa trindade divina, (análoga à que os cristãos, muito mais tarde, defenderam na sua religião monoteísta), e constituíram apenas uma única deidade: aquele que originou todos os deuses e que era pai de todos os deuses.

Amon é Zeus para os Gregos e Júpiter para os Romanos, o Deus dos deuses, o rei de todos os deuses.

Segundo a mitologia do Antigo Egito, no inicio haviam apenas águas primordiais, e delas nasceu Atum. Atum masturbou-se e o seu sémen, ao ser derramado pelas águas, deu origem aos deuses e homens, assim como toda a restante criação.

Amon, Ámon ou Amun (em grego Ἄμμων Ámmon ou Ἅμμων Hámmon, em egípcio Yamānu) foi um deus da mitologia egípcia, visto como rei dos deuses e como força criadora de vida. Deus local de Karnak, constitui uma família divina com sua esposa Mut e seu filho Khonsu.

Origem do nome

O nome de Amon foi registrado pela primeira vez no idioma egípcio como ỉmn, que significa "O escondido". Como as vogais não eram escritas nos hieróglifos egípcios, egiptólogos reconstruíram a pronúncia de seu nome como Yamānu (/jamaːnu/). O nome sobreviveu no copta como Amoun.

O deus Amon podia ser representado de várias formas: como animal, como homem com cabeça de animal ou como homem.

Os animais associados a Amon eram o ganso e o carneiro, podendo, por isso, o deus ser representado sob estas formas. Contudo, a representação como ganso era rara. Como carneiro, surgia com chifres curvos e cauda curta (ovis platyura aegyptiaca).

Na forma híbrida, podia surgir como homem com cabeça de carneiro.

Amon era representado como homem com barba postiça, de pele negra ou lápis-lazúli (alusão ao culto de Amon como deus celeste). Sua cabeça era encimada por um disco solar, uraeus, e duas plumas. Cada uma dessas plumas encontrava-se dividida verticalmente em duas secções, que refletiam a visão egípcia dualista (rio Nilo/deserto; Vida/Morte...) e horizontalmente em sete segmentos. Na parte posterior da coroa podia levar uma fita vermelha. Na mão direita segurava um ankh e na esquerda o cetro uas. Em algumas representações, Amon surge com um falo, resultado de sua associação com o deus Min.

Amon era também considerado o rei dos deuses. Muitas vezes era associado ao deus Rá (ou Ré), formando, assim, o deus Amon-Rá, o deus que traz o sol e a vida ao Egito. Era representado na forma de um homem em túnicas reais, com duas plumas no cabelo.

O deus Amon era acompanhado de sua mulher Mut (representada num corpo de mulher, mas com cabeça de abutre ou coroas).

Amonet

Por uns, encarada como o principio feminino de Amon; por outros, como a primeira mulher de Amon, Amonet era uma deusa da mitologia egípcia, a versão feminina do deus Amon. O seu nome significa "A Oculta".

Esta deusa surgiu na época do Império Médio, tendo o seu culto se consolidado na época do Império Novo. Na cosmogonia proposta pela Ogdóade de Hermópolis, Amonet era a esposa de Amon. Ambos representavam o intangível, o oculto e o poder que não se extingue. Nesta cidade, era representada como uma mulher com cabeça de rã.

Na cidade de Tebas, onde era representada como uma mulher que usa a coroa vermelha do Baixo Egipto, será substituída pela deusa Mut como esposa de Amon. Outra possível forma de representá-la era na forma de vaca.

Amonet desempenhava um importante papel nas cerimônias de entronização do faraó, bem como nas festas de Heb-Sed (jubileu real, geralmente celebrado após trinta anos de reinado), onde era, por vezes, acompanhada pelo deus Min.

No templo de Amon, em Karnak, o faraó Tutankhamon mandou erguer uma estátua da deusa com Amon.

Amonet foi identificada pelos Gregos com a deusa Atena.

Mut

A segunda esposa da Amon e mãe adotiva de Konshu.

Mut é esposa do deus Amon, não se sabe ao certo quem é seu pai. De acordo com algumas histórias, ela nem teria pai, pois seria uma versão da deusa primordial Amaunet (antiga esposa de Amon), que surgiu do nada.

Mut é mãe do deus Khonsu e mãe adotiva do deus Montu, e considerada uma deusa falcão. Antes do deus Amon começar a fazer sucesso, Mut era vista como uma deusa muito poderosa, mas depois do sucesso de Amon, ela começou a ser vista apenas como sua esposa, sendo que nem se sabe mais ao certo do que Mut é deusa.

Konshu

Consu é o Deus da lua, do tempo e do conhecimento. Esse mago de grande reputação é cultuado em várias regiões. Os tebanos vêem nele o filho de Amon-Rá. Sua cabeça de falcão é coroado pelo disco lunar.

Maat

Filha de Amon, esposa do seu irmão Tot, era aquela que participava nos julgamentos dos que faleciam. No Amenti, (tribunal das almas situado nas esferas celestes), Maat era aquela que colocava uma pena num dos pratos da balança, onde era decidido o destino da alma de quem se apresentava a julgamento, após a morte.

No outro prato da balança, Osíris colocava o coração do falecido. Se os pratos permanecessem em equilíbrio, a alma do falecido estava salva e ele festejaria com os espíritos de morte, para depois partir para a morada dos deuses, ou reencarnar.

Se o seu coração pesasse mais que a pena de Maat, esta levaria a alma do morto para os infernos, onde Ammut a devoraria em agonia eterna, até que essa alma deixasse de existir para sempre. Maat era a deusa do equilíbrio e da justiça.

Na mitologia egípcia, Maet ou Maat é a deusa da Justiça e do Equilíbrio.

É representada por uma mulher jovem exibindo na cabeça uma pluma. Os deuses egípcios não eram pessoas imortais para serem adoradas, mas sim ideais e qualidades para serem honradas e praticadas

Ammut

Deusa do inferno, que devorava as almas que foram condenadas em «Amenti», até que elas deixassem de existir para sempre.

Toth

Filho de Amon, marido de Maat. Era o escriba dos deuses, o deus da aprendizagem e da sabedoria relacionada com o oculto, a magia, o sobrenatural.

Toth, Tot, Tôt ou Thoth é o nome em grego de Djehuty (ou Zehuti), um deus pertencente ao panteão egípcio, deus da sabedoria, um deus cordato, sábio, assistente e secretário-arquivista dos deuses.

É uma divindade lunar (o deus da Lua) que tem a seu cargo a sabedoria, a escrita, a aprendizagem, a magia, a medição do tempo, entre outros atributos. 

Era frequentemente representado como um escriba com cabeça de íbis (a ave que lhe estava consagrada).

Também era representado por um babuíno. A importância desta divindade era notória, até porque o ciclo lunar era determinante em vários aspectos da atividade civil e religiosa da sociedade egípcia.

É, por vezes, identificado com Hermes Trismegisto. Sua filiação ora é atribuída a Rá, ora a Seth. Refere-se, também, que seria conselheiro de Rá.

Sua companheira íntima, Astennu, é por vezes identificada com o próprio Toth. Tinha uma filha: Seshat. Era marido de Maet. Também é considerado por Edgar Cayce, como um engenheiro atlante, da antiga civilização perdida de Atlântida, e que teria participado na construção das pirâmides.

Sechtat

Filha de Tot e Maat, era a deusa da sabedoria na forma da ciência: astronomia, matemática, medicina, arquitectura, etc.

Madset

Filha de Tot e Maat, era, tal como a sua mãe, uma deusa associada à Justiça.

Hator


Deusa do feminino, da fertilidade, da sexualidade, do amor, da embriaguez, da prostituição, da felicidade, da prosperidade material e boas bênçãos aos humanos, Era uma das deusas mais reverenciadas na antiguidade, e o seu templo um dos mais belos do antigo Egito. O seu culto era realizado não só através de devoção espiritual, mas, também, através de rituais sexuais, nomeadamente através da prostituição sagrada.

Hator era a consorte dos faraós e acreditava-se que era ela que escolhia quem ocupava esse cargo divino, pois apenas um seu escolhido e amante seria elevado à condição de faraó. Por isso, embora todo faraó possuísse esposas humanas, ele teria, igualmente, de ser amante desta deusa. Os sacerdotes de Hator, ao contrário do que sucedia com os outros deuses, mantiveram os conhecimentos sobre esta deusa em grande segredo, transmitindo apenas iniciaticamente, de mestres para discípulos, pelo que, mais informação sobre esta deusa se perdeu nos tempos.

Hathor é uma das deusas mais veneradas do Egito Antigo, a deusa das mulheres, dos céus, do amor, da alegria, do vinho, da dança, da fertilidade e da necrópole de Tebas, pois sai da falésia para acolher os mortos e velar os túmulos.

Poderes

É a legítima portadora do sistro (era feito em geral em bronze, mas também existiam exemplares em madeira e em faiança. Os sistros estavam particularmente associados ao culto da deusa Hathor, mas poderiam também ser empregues no de Ísis, Bastet e Amon. Os Egípcios acreditavam que o som produzido pelo instrumento poderia aplacar o deus em questão. Quando o culto de Ísis se difundiu na bacia do Mediterrâneo, o sistro tornou-se um instrumento popular entre os romanos).

Trazia a felicidade e era chamada de "dama da embriaguez" e muito celebrada em festas.

As mulheres solteiras oravam para ela enfeitiçar seus espelhos de metal.

Distribuidora do amor e da alegria, deusa do céu e protetora das mulheres, nutriz do deus Hórus e do faraó.

História

Hator (Hathor ou Het-Heru) era associada com Ísis e com Bast, porém, esta Hator mais conhecida é a reformulação de uma Hathor pré-dinástica, muito mais antiga, da qual pouco foi revelado e muito foi ocultado pela classe sacerdotal. Seu poder era tão grande que, mesmo com estas reformulações e confusões, em mais de uma dinastia o faraó era considerado filho de Hathor ou seu consorte.

Culto

Personificação das forças benéficas do céu, depois de Ísis, é a mais venerada das deusas. Era prestado culto a Hathor em todo o Egito, em especial em Denderá.

Iconografia

Ela é representada de várias formas ao longo da história e pré-história egípcia:

como uma mulher com chifres na cabeça, portando o disco solar;
como uma mulher com orelhas de vaca;
como uma mulher com cabeça de vaca, portando o disco solar;
como uma vaca, com disco solar e duas plumas entre os chifres.
Às vezes é retratada por um rosto de mulher visto de frente e provido de orelhas de vaca, a cabeleira separada em duas abas, com as extremidades enroladas.


GEB

Filho de Chu e Tefnut (estes, por sua vez, emanados de Atum, quando o rei dos deuses gerou a criação), ele casado com Nuit e é o deus da terra e da morte. Era ele que impedia os espíritos maus de partir deste mundo e os conduzia às entranhas da terra, aprisionando-os. Este deus era também responsável pelo estímulo ao lado material da vida.

NUIT

Também como Geb (do qual é irmã), esta divindade é filha de Chu e Tefnut, (estes, por sua vez, emanados de Atum, quando o rei dos deuses gerou a criação), e é esposa de Geb. Ela é a deusa dos céus, aquela que fica com os espíritos (excetuando os espíritos maus, que o seu marido, Gab, automaticamente aprisiona na terra) e os conduz às esferas celestes. Ali, eles serão julgados em Amenti.

ÍSIS

Deusa mãe e do amor, filha de Geb e Nuit, irmã e esposa de Osíris. Quando Seth matou e esquartejou Osíris, Isis procurou pelos pedaços do corpo do seu marido, e usando magia (com a ajuda da sua irmã Neftis), ela ressuscitou seu corpo e logo fez amor com ele, assim concebendo Horus, aquele que se vingaria da atrocidade cometida contra o seu pai.


Ísis (Auset em egípcio), é uma deusa da mitologia egípcia. Deusa do amor e da mágica, tornou-se a deusa-mãe do Egito.

História

Quando Osíris, seu irmão e marido, herdou o poder no Egito, ela trabalhou junto com ele para civilizar o Vale do Nilo, ensinando a costurar e a curar os doentes e introduzindo o conceito do casamento. 

Ela conhecia uma felicidade perfeita e governava as duas terras, o Alto e o Baixo Egito, com sabedoria, enquanto Osíris viajava pelo mundo, difundindo a civilização. Até que Set, irmão de Osíris, o convidou para um banquete. Tratava-se uma cilada, pois Set estava decidido a assassinar o rei para ocupar o seu lugar. Set apresentou um caixão de proporções excepcionais, assegurando que recompensaria, generosamente, quem nele coubesse. Imprudente, Osíris aceitou o desafio, permitindo que Set e os seus acólitos pregassem a tampa e o tornassem escravo da morte.

Cometido o crime, Set, que cobiçava ocupar o trono de seu irmão, lança a urna ao Nilo (há, também, uma versão que diz que Ísis, ao saber o que havia ocorrido, chorou profundamente, e de suas lágrimas surgiu o rio Nilo), para que o rio a conduzisse até ao mar, onde se perderia. Este incidente aconteceu no décimo sétimo dia do mês Athyr, quando o Sol se encontra sob o signo de Escorpião.

Quando Ísis descobriu o ocorrido, afastou todo o desespero que a assombrava e resolveu procurar o seu marido, a fim de lhe restituir o sopro da vida. Assim, cortou uma madeixa do seu cabelo, estigma da sua desolação, e o escondeu sob as roupas, peregrinando por todo o Egito, na busca do seu amado.

Por sua vez, a urna atingiu finalmente uma praia perto da Babilônia, na costa do Líbano, enlaçando-se nas raízes de um jovem tamarindo; com o crescimento da árvore, a urna ascendeu pelo mesmo, se prendendo no interior do seu tronco, fazendo a árvore alcançar o clímax da sua beleza, que atraiu a atenção do rei desse país, que ordenou ao seu séquito que o tamarindo fosse derrubado, com o propósito de ser utilizado como pilar na sua casa.

Enquanto isso, Ísis prosseguia na sua busca pelo cadáver de seu marido, e ao escutar as histórias sobre esta árvore, tomou de imediato a resolução de ir à Babilônia, na esperança de ultimar, enfim e com sucesso, a sua odisséia. Ao chegar ao seu destino, Ísis sentou-se perto de um poço, ostentando um disfarce humilde e brindou os transeuntes que por ela passavam com um rosto lindo e cheio de lágrimas.

Tal era a sua beleza e sua triste condição que logo se espalharam boatos que chegaram ao rei da Babilônia que, intrigado, a chamou para conhecer o motivo de seu desespero. Quando Ísis estava diante do monarca, solicitou que permitisse que ela entrelaçasse os seus cabelos. Uma vez que o regente ficou perplexo pela sua beleza, não se importou com isso; assim Ísis incensou as tranças, que espalharam o perfume exalado por seu ástreo corpo, fazendo a rainha da Babilônia ficar enfeitiçada pelo irresistível aroma que seus cabelos emanavam. Literalmente inebriada por tão doce perfume dos céus, a rainha ordenou então a Ísis que a acompanhasse.


Assim, a deusa conseguiu entrar na parte íntima do palácio do rei da Babilônia, e conquistou o privilégio de tornar-se a ama do filho recém-nascido do casal régio, a quem amamentava com seu dedo, pois era proíbido a Isis ceder um dos seios, o Leite de Isis prejudicaria a criança.

Se apegando à criança, Ísis desejou conceder-lhe a imortalidade, para isso, todas as noites, a queimou no fogo divino, para que as suas partes mortais ardessem no esquecimento. Certa noite, durante o ritual, ela tomou a forma de uma andorinha, a fim de cantar as suas lamentações.

Maravilhada, a rainha seguiu a melopéia que escutava, entrando no quarto do filho, onde se deparou com um ritual aparentemente hediondo. De forma a tranqüilizá-la, Ísis revelou-lhe a sua verdadeira identidade e terminou o ritual, mesmo sabendo que dessa forma estaria a privar o pequeno príncipe da imortalidade que tanto desejava oferecer-lhe.

Observando que a rainha a contemplava, Ísis aventurou-se a confidenciar-lhe o incidente que a fez visitar a Babilônia, conquistando assim a confiança e benevolência da rainha, que prontamente lhe cedeu a urna que continha os restos mortais de seu marido. Dominada por uma imensa felicidade, Ísis apressou-se a retirá-la do interior do pilar.

Porém, o fez de forma tão brusca, que os escombros atingiram, mortalmente, o pequeno príncipe.

Com a urna, Ísis regressou ao Egito, onde a abriu, ocultando-a, nas margens do Delta. Numa noite, quando Ísis a deixou sem vigilância, Seth descobriu-a e apoderou-se, uma vez mais dela, com o intento de retirar do seu interior o corpo do irmão e cortá-lo em 14 pedaços e os arremessando ao Nilo.

Ao tomar conhecimento do ocorrido, Ísis reuniu-se com a sua irmã Néftis, que também não tolerava a conduta de Seth, embora este fosse seu marido, e juntas, recuperaram todos os fragmentos do cadáver de Osíris, à exceção, segundo Plutarco, escritor grego, do seu sexo, que fora comido por um peixe.

Em seguida, Ísis organizou uma vigília fúnebre, na qual suspirou ao cadáver reconstituído do marido: “Eu sou a tua irmã bem amada. Não te afastes de mim, clamo por ti! Não ouves a minha voz? Venho ao teu encontro, e de ti, nada me separará!” Durante horas, Ísis e Néftis, com o corpo purificado, inteiramente depiladas, com perucas perfumadas e boca purificada por natrão (carbonato de soda), pronunciaram encantamentos numa câmara funerária, impregnada por incenso.

A deusa invocou então todos os templos e todas as cidades do país, para que estes se juntassem à sua dor e fizessem a alma de Osíris retornar do Além. Uma vez que todos os seus esforços revelavam-se vãos, Ísis assumiu então a forma de um falcão, cujo esvoaçar restituiu o sopro de vida ao defunto, oferecendo-lhe o apanágio da ressurreição.

Ísis em seguida amou Osíris, mantendo-o vivo, por magia, tempo suficiente para que este a engravidasse. Outras fontes garantem que Osíris e a sua esposa conceberam o seu filho, antes do deus ser assassinado. Após isso, ela ajudou a embalsamá-lo, preparando Osíris para a viagem até seu novo reino na terra dos mortos, tendo, assim, ajudado a criar os rituais egípcios de enterro.

Ao retornar à terra, Ísis encontrava-se agora grávida do filho, concebendo assim Hórus, filho da vida e da morte, a quem protegeria até que este achasse-se capaz de enfrentar o seu tio, apoderando-se (como legítimo herdeiro) do trono que Set havia usurpado.

Alguns contos declaram que Ísis foi aprisionada por Set algum tempo antes do parto, mas que Tot, vizir de Osíris, a auxiliara a libertar-se. Porém, muitos concordam que ela ocultou-se, secretamente, no Delta, onde se preparou para o nascimento do filho, o deus-falcão Hórus. Quando este nasceu, Ísis tomou a decisão de dedicar-se inteiramente à árdua incumbência de velar por ele. Todavia, a necessidade de ir procurar alimentos, acabou deixando o pequeno deus sem qualquer proteção. Numa dessas ocasiões, Set transformou-se numa serpente, visando espalhar o seu veneno pelo corpo de Hórus; quando Ísis regressou, encontrou o seu filho já próximo da morte.

Entretanto, a sua vida não foi ceifada, devido a um poderoso feitiço executado pelo deus-sol, Rá.

Ela manteve Hórus em segredo, até que ele pudesse buscar vingança em uma longa batalha que significou o fim de Set. A mágica de Ísis foi fundamental para ajudar a conseguir um julgamento favorável para Osíris. Suas habilidades mágicas melhoraram muito quando ela tirou proveito da velhice de Rá para enganá-lo, fazendo-o revelar seu nome e, assim, dando a ela acesso a um pouco de seu poder. Com freqüência, ela é retratada amamentando o filho Hórus.


OSÍRIS

Filho de Geb e Nuit, irmão e marido de Isis, era o deus que procedia ao julgamento das almas dos que morreram, juntamente com Maat. A Osíris foi concedido o poder de governar sobre o mundo terreno. Seth, seu irmão, ficou ciumento e invejoso porque apenas lhe tinha sido concedido poder sobre os desertos, enquanto que o seu irmão governava sobre toda a restante terra. Osíris é por isso vítima de Seth, que lhe dirige um golpe para o destronar; durante um banquete oferecido pelo seu irmão Seth, Osíris é atacado por 72 demónios ao serviço de Seth, e acaba esquartejado em 16 pedaços. A sua esposa Isis (com a ajuda da sua irmã Neftis), procurou e reuniu todos os pedaços, reconstituindo-lhe o corpo através da magia e fazendo amor com ele, gerando assim Horus, o seu filho que o haveria de vingar contra Seth. Conjuntamente com Isis, é igualmente um deus de fertilidade e prosperidade.

Osíris (Ausar em egípcio) era um deus da mitologia egípcia, associado à vegetação e a vida no Além. Oriundo de Busíris, no Baixo Egipto, Osíris foi um dos deuses mais populares do Antigo Egito, cujo culto remontava às épocas remotas da história egípcia e que continuou até a era Greco-Romana, quando o Egito perdeu a sua independência política.

Marido de Ísis e pai de Hórus, era ele quem julgava os mortos na "Sala das Duas Verdades", onde se procedia à pesagem do coração ou psicostasia.

Osíris, é sem dúvida, o deus mais conhecido do Antigo Egito, devido ao grande número de templos que lhe foram dedicados por todo o país; porém, os seus começos foram os de qualquer divindade local, e é também um deus que julgava a alma dos egípcios, se eles iam para o paraíso (lugar onde só há fartura). Para os seus primeiros adoradores, Osíris era apenas a encarnação das forças da terra e das plantas. À medida que o seu culto se foi difundindo por todo o espaço do Egito, Osíris enriqueceu-se com os atributos das divindades que suplantava, até que, por fim, substituiu a religião solar.

Por outro lado, a mitologia engendrou uma lenda em torno de Osíris que foi recolhida, fielmente, por alguns escritores gregos, como Plutarco. A dupla imagem que de ambas as fontes chegou até nós deste deus, cuja cabeça aparece coberta com a mitra branca, é a de um ser bondoso que sofre uma morte cruel e que por ela assegura a vida e a felicidade eterna a todos os seus protegidos, bem como a de uma divindade que encarna a terra egipcia e a sua vegetação destruída pelo sol e a seca, mas sempre ressurgida pelas águas do Nilo.

O NOME OSIRIS

O nome Osíris deriva do grego que, por sua vez, deriva da forma síria Usire. O significado exato do nome é desconhecido. Entre os vários significados propostos pelos especialistas, encontram-se hipóteses como "Aquele que ocupa um trono", "Para criar um trono", "Lugar/Força do Olho" ou "Aquele que copula com Ísis". Contudo, a interpretação considerada mais aceitável é a que considera que Osíris significa "O Poderoso".

Osíris também era o chefe dos deuses egipcios.

SETH

Filho de Geb e Nuit, irmão e esposo de Neftis, Seth era o espírito do mal, sendo que apenas lhe foi concedido o poder de governar os desertos. Seth era o deus das tempestades, da violência, do ciúme, da inveja, da sodomia, da impureza, etc. Seth habitava no deserto e era rei de demônios. Seth invejou o reino do seu irmão Osíris e jurou usurpar-lhe o trono. Assim, Seth matou o seu irmão, esquartejando-lhe o corpo e fazendo para sempre escravo da morte. Seth ocupou o trono do seu irmão, ate que Horus realizou a sua vingança, expulsando Seth deste mundo, exilando-o novamente nos desertos e nas tempestades.

Seth (ou Set) é o deus egípcio da violência e da desordem, da traição, do ciúme, da inveja, do deserto, da guerra, dos animais e serpentes. Seth era encarnação do espírito do mal e irmão de Osíris, o deus que trouxe a civilização para o Egito. Seth era também o deus da tempestade no Alto Egito. Era marido e irmão de Néftis. É descrito que Seth teria rasgado o ventre de sua mãe Nut com as próprias garras para nascer. Ele originalmente auxiliava Rá em sua eterna luta contra a serpente Apep na barca lunar, e nesse sentido Seth era originalmente visto como um deus bom.

A traição de Néftis e suposta inveja de Seth

Algumas versões contam que, na verdade, ele foi traído por Néftis com Osíris, daí seu assassinato. O maior defensor dos oprimidos e injustiçados, tinha fama de violento e perigoso, uma verdadeira ameaça. Conta-se que Set ficou com inveja de Osíris e trabalhou incessantemente para destruí-lo (versões contam que Néftis, esposa de Seth, fora seduzida por Osíris, o que seria uma ressalva. Anúbis teria sido concebido desta relação). Auxiliado por 72 conspiradores, Seth convidou Osíris para um banquete. No decurso do banquete, Seth apresentou uma magnífica caixa-sarcófago (ataúde) que prometeu entregar a quem nela coubesse. Os convidados tentaram ganhar a caixa, mas ninguém cabia nesta, dado que Seth a tinha preparado para as medidas de Osíris. Convidado por Seth, Osíris entra na caixa. É então que os conspiradores, sits, servos do próprio Seth, trancam-na e atiram-na para o rio Nilo. A corrente do rio arrasta a caixa até o mar Mediterrâneo, acabando por atingir Biblos (Fenícia). Ísis, desesperada com o sucedido, parte à procura do marido, procurando obter todo o tipo de informações dos que encontra pelo caminho.

Chegada a Biblos, Ísis descobre que a caixa ficou incrustada numa árvore que tinha, entretanto, sido cortada para fazer uma coluna no palácio real. Com a ajuda da rainha, Ísis corta a coluna e consegue regressar ao Egito com o corpo do amado, que esconde numa plantação de papiros.

Contudo, Seth encontrou a caixa, e furioso, decide esquartejar em 14 pedaços o corpo, que espalha por todo o Egito; segundo alguns textos do período ptolomaico, teriam sido 16 ou 42 partes. Quanto ao significado destes números, deve-se referir que o 14 é o número de dias que decorre entre a lua cheia e a lua nova e o 42 era o número de províncias (ou nomos) em que o Egito se encontrava dividido.

Suas ações fizeram com que a maioria dos outros deuses se voltassem contra ele, mas Seth achava que seu poder era inatacável. Hórus, filho de Ísis e Osíris, conseguiu matar Seth, que acabou identificado como um deus do mal. Em algumas versões, Hórus castra Seth ao invés de matá-lo.

Aparência

Seth é intimamente associado a vários animais, como cachorro, crocodilo, porco, asno e escorpião. Sua aparência orelhuda e nariguda era, provavelmente, um agregado de vários animais, em vez de representar somente um. Ele também é representado como um hipopótamo, considerado pelos egípcios como uma criatura destrutiva e perigosa. Nos quadrinhos da Marvel Comics e de Conan, o bárbaro, Seth é descrito erroneamente como uma grande serpente. Na verdade a grande serpente era uma referencia a Apep, inimiga de Rá, e esta, ironicamente, era combatida por Seth.

Adicionais

Seth é o deus do caos, também do deserto e das terras estrangeiras. No Livro dos Mortos, Seth é chamado "O Senhor dos Céus do Norte" e é considerado responsável pelas tempestades e a mudança de tempo. A história do longo conflito entre Seth e Hórus é vista por alguns como uma representação de uma grande batalha entre cultos no Egito, cujo vencedor pode ter transformado o deus do culto inimigo em deus do mal. Seth é, na verdade, a representação do supremo sacrifício em prol da justiça.


NEFTIS

Filha de Geb e Nuit, era irmã e esposa de Seth. Era a rainha dos desertos e deusa da morte. Não gostava verdadeiramente do seu marido Seth, e chegou mesma a metamorfosear-se na figura de Isis (sua irmã), assim enganando Osíris e copulando com ele, sendo que dessa relação nasceu Anubis, deus dos embalsamamentos e dos funerais. Neftis significa «senhora da casa» ou «senhora do castelo», ou «senhora do palácio», e ela era na verdade a rainha dos desertos, ou seja, da casa onde habitava o espírito do mal: Seth. Neftis era por isso, deusa dos desertos e de todas as suas criaturas, assim como da noite, das trevas e da morte, ao mesmo tempo que era representada como uma belíssima mulher, uma sedutora irresistível e por vezes lasciva, que podia assumir a forma que bem quisesse para copular com quem bem desejasse, tal como fez com Osíris.

ANÚBIS

Filho de Neftis e Osíris, é o deus dos funerais. É também o deus guardião dos cemitérios, e a entidade que conduz as almas dos mortos ao tribunal denominado «Amenti», onde as almas dos falecidos serão julgadas por Osíris e Maat.

Entre os antigos egípcios, era um importante deus dos infernos e condutor de almas. Seu principal centro de adoração era Cinópolis, que em grego quer dizer cidade do cão. Como o cão ou chacal era seu animal sagrado, Anúbis era, muitas vezes, representado na forma de um cachorro ou de um chacal agachado.

Anúbis, também conhecido como Anupu, ou Anupo, e cujo nome hieroglífico é traduzido mais propriamente como Anpu, é o antigo deus egípcio da morte e dos moribundos, por vezes também considerado deus do submundo. Conhecido como deus do embalsamamento, presidia às mumificações e era também o guardião das necrópoles e das tumbas. Os egípcios acreditavam que no julgamento de um morto era pesado seu coração e a pena da verdade (como podemos ver em muitas gravuras egípcias). Caso o coração fosse mais pesado que a pena, sua alma era destruída para todo sempre, mas caso fosse mais leve, a pessoa em questão poderia ter acesso ao paraíso. Anubis era quem guiava a alma dos mortos no Além.

Os sacerdotes de Anúbis, chamados "stm", usavam máscaras de chacais durante os rituais de mumificação. Anúbis é uma das mais antigas divindades da mitologia egípcia e seu papel mudou à medida que os mitos amadureciam, passando de principal deus do mundo inferior a juiz dos mortos, depois que Osíris assumiu aquele papel. A associação de Anúbis com chacais provavelmente se deve ao fato de estes perambularem pelos cemitérios. O Anúbis era pintado de preto, por ser escura a tonalidade dos corpos embalsamados. Apesar de muitas vezes identificado como "sab", o chacal, e não como "iwiw", o cachorro, ainda existe muita confusão sobre qual animal Anúbis era realmente. Alguns egiptologistas se referem ao "animal de Anúbis" para indicar a espécie desconhecida que ele representava. Se você comparar com fotos do google, Anúbis tinha a cabeça dum cão da raça Pharaoh Hound. As cidades dedicadas a Anúbis eram conhecidas pelo grande número de múmias e até por cemitérios inteiros de cães.

A sua mãe é Néftis que, durante uma briga com o marido Seth, passou-se por Isis e teve relações com Osíris. Anúbis é pai de Qeb-hwt, também conhecido como Kebechet.

Em épocas mais tardias, Anúbis foi combinado com o deus grego Hermes, surgindo assim Hermanúbis.

"Nós, os Chacais, sacerdotes de Anúbis, somos os guardiães de suas tumbas gloriosas ou sepulturas humildes. Somos os guardiães dos mortos. Somos os servos de Anúbis. Somos a Cinópolis."

Suas funções eram semelhantes às de Osíris, o deus supremo dos infernos, e às de Tot, outro auxiliar de Osíris. Era dever de Anúbis assistir à preparação ritual dos corpos, pesar o coração de cada homem na balança da justiça e julgar os atos bons e maus de sua vida terrena.

HÓRUS

Filho de Isis e Osíris, é um deus da vida e da morte, pois foi gerado pela sua mãe, que é deusa da vida, e pelo seu pai, um deus da fertilidade aprisionado pela morte.

Horus foi ocultado de Seth até estar preparado para vingar a traição de que o seu pai Osíris foi vitima, às mãos de Seth, que o esquartejou durante um banquete que lhe havia oferecido, através de 72 demónios, e assim o tornou escravo da morte para lhe usurpar o torno.
Osíris combateu Seth, lutando pelo trono do seu pai. Perdeu a luta, sendo que foi sodomizado por Seth, que assim, pretendeu selar e provar a sua superioridade e a sua vitória sobre Horus.

Seth depositou o seu semen dentro de Horus, para depois o apresentar em tribunal aos outros deuses e confirmar, diante dos olhos de todos eles, a sua indisputável vitória, confirmando que Horus se tinha transformado num seu servo por via da submissão.

Contudo, Isis usou magia para fazer o semen desaparecer do corpo de Horus e aparecer no corpo de Seth.

Seth sofreu, assim, um rude golpe e grande humilhação, sendo que o tribunal deliberou a sua derrota e o condenou ao exílio nos desertos de onde ele tinha vindo.

Horus recuperou o trono do seu pai Osíris, e vingou-se de Seth, castrando-o, para depois o expulsar deste mundo. A religião da antiguidade Egípcia acreditava, por isso, que foi através de Horus que Seth (o mal), foi expulso deste mundo e habita apenas nos seus domínios do maligno.

Montu

Montu é o deus da guerra, associado à destruição causada pelo calor do sol; tem uma cabeça de falcão e usa o símbolo solar, com duas grandes plumas.

Montu foi muito comparado com o deus grego Apolo, devido às suas características solares e guerreiras; também foi muito confudido com o deus Khonsu, que é uma divindade lunar.

Não se sabe muito a respeito dos pais de Montu; o que se sabe é que ele seria filho adotado da deusa Mut, mulher de Amon; mais tarde, Montu foi combinado com o deus Rá, formando assim o deus Montu-Rá, não chegou a fazer muito sucesso.

Houve uma época em que o deus Montu era representado com quatro cabeças, cada uma apontando para um lado, para vigiar os pontos cardeais.

Montu foi, por muito tempo, servo do deus Amon.

TOURO ÁPIS


Funerais suntuosos eram feitos regularmente em Mênfis, quando morria o touro Ápis “alma magnífica” de Ptá, que depois renascia em outro touro sagrado. O pêlo do Ápis é branco, com manchas negras na testa, na espinha dorsal e no pescoço. Boi sagrado, que os antigos egípcios consideravam como a expressão mais completa da divindade sob a forma animal e que encarnava, ao mesmo tempo, os deuses Osíris e Ptá. O culto do boi Ápis, em Mênfis, existia desde a I dinastia, pelo menos. Também em Heliópolis e Hermópolis este animal era venerado desde tempos remotos. Antiga divindade agrária, simbolizava a força vital da natureza e sua força geradora.

SEKHMET – A LEOA SANGUINÁRIA

Uma divindade sanguinária, com corpo de mulher e cabeça de leão encimada pelo disco solar, representava a deusa Sekhmet que, por sua vez, simbolizava os poderes destrutivos do Sol. Embora fosse uma leoa sanguinária, também operava curas e tinha um frágil corpo de moça. Era a deusa cruel da guerra e das batalhas, comanda os mensageiros da morte e é responsável pelas epidemias, tanto causando como curando as epidemias. Essa divindade feroz e poderosa era adorada, temida e venerada em várias regiões, sobretudo na cidade de Mênfis. São feitas oferendas de cerveja a esta deusa, a fim de acalmá-la. Sua juba – dizem os textos – era cheia de chamas, sua espinha dorsal tinha a cor do sangue, seu rosto brilhava como o sol... o deserto ficava envolto em poeira, quando sua cauda o varria...

BASTET – DEUSA GATA

Deusa de cabeça de gato, doce e bondosa, cujo templo mais conhecido ergue-se em Bubástis (seu centro de culto), cujo nome em egípcio – Per Bast – significa “a casa de Bastet”. No Egito, o gato foi venerado como um animal delicado e útil, o favorito da deusa Bastet – a protetora dos lares, das mães e das crianças.

No Antigo Egito, o gato doméstico, trazido do sul ou do oeste por volta do ano de 2.100 a.C., é considerado um ser divino, de tal ordem que, se um deles morrer de morte natural, as pessoas da casa raspam as sobrancelhas em sinal de luto.

No santuário de Bastet, em Bubástis, foram encontrados milhares de gatos mumificados, assim como inúmeras efígies de bronze que provam a veneração a esse animal. Em seu templo, naquela cidade, a deusa-gata era adorada desde o Antigo Império, e suas efígies eram bastante numerosas, existindo, hoje, muitos exemplares delas pelo mundo.

Quando os reis líbios da XXII dinastia fizeram de Bubástis sua capital, por volta de 944 a.C., o culto da deusa tornou-se particularmente desenvolvido.

O gato é um símbolo que assumiu múltiplos significados entre as diferentes civilizações, na simbologia. Segundo uma tradição celta, ele teria nove vidas. Posteriormente, durante a Idade Média, o gato passou a ter apenas sete vidas. Animal misterioso, associado aos poderes da lua, ao mundo da magia e às bruxas, os machos pretos eram a personificação do diabo.

Na Cabala e no budismo, o gato representa a sabedoria, a prudência e a vivacidade. A tradição popular japonesa aponta-o como um animal que atrai má sorte.

NECBET

A deusa abutre que reina sobre o Alto Egito, e a Uadite, uma cobra fêmea que domina o delta, são imagens que estão sobre a coroa sagrada do faraó.

SOBEQUE – CROCODILO

Sobeque domina Ombo e a região do Faium. Na cidade de Crocodilópolis, é considerado o senhor do Universo, associando-se ao Sol (algumas divindades tornaram-se solares sem nenhuma justificativa em sua personalidade de origem, é o caso do deus crocodilo Sobeque). Um crocodilo (inimigo de morte dos camponeses) ou um homem com cabeça de crocodilo representavam o deus Sebek, uma divindade aliada do implacável deus Seth. Seu centro de culto era Crocodilópolis, na região do Faium, onde o animal era protegido, nutrido e domesticado. Um homem ferido ou morto por um crocodilo era considerado privilegiado. A adoração desse animal foi sobretudo importante durante o Médio Império.

KNUM (CARNEIRO)

O carneiro, animal considerado excepcionalmente prolífico pelos egípcios, simbolizava um dos deuses relacionados com a criação.

Segundo a lenda, o deus Knum, um homem com cabeça de carneiro, era quem modelava, em seu torno de oleiro, os corpos dos deuses e, também, dos homens e mulheres, pois plasmava, em sua roda, todas as crianças ainda por nascer.

Seu centro de culto era a cidade de Elefantina, junto à primeira catarata do rio Nilo. Um dos velhos deuses cósmicos, é descrito como autor das coisas que são, origem das coisas criadas, pai dos pais e mãe das mães. Sua esposa era Heqet, deusa com cabeça de rã, também associada à criação e ao nascimento.

TAUERET ou TUERIS (HIPOPÓTAMO)

O hipopótamo incorpora Taueret, protetora das grávidas. Tueris era a deusa-hipopótamo que protegia as mulheres grávidas e os nascimentos. Ela assegurava fertilidade e partos sem perigo. Adorada em Tebas, é representada em inúmeras estátuas e estatuetas sob os traços de um hipopótamo fêmea erguido, com patas de leão, de mamas pendentes e costas terminadas por uma espécie de cauda de crocodilo. Além de amparar as crianças, Tueris também protegia qualquer pessoa de más influências durante o sono.

APÓPIS e UADITE (SERPENTE)

A serpente é às vezes “boa” – Uadite, e às vezes “má” - Apópis. Uma ameaçadora e gigantesca serpente, um monstro de 450 côvados, que ataca o Sol toda manhã e todo entardecer.

Às vezes, quando os dois se defrontam, o imenso corpo de Apópis esconde o grande Rá. Nesse momento, o Sol para de brilhar e os homens assistem a um eclipse. As serpentes que habitavam o além-túmulo são descritas no chamado Livro de Him, no Inferno, uma obra que narra a viagem do deus-Sol pelo reino das sombras durante a noite.

Nessa jornada, enquanto visitava o reino dos mortos, a divindade lutava contra vários demônios que tentavam impedir sua passagem. As serpentes estavam entre os adversários mais perigosos, e o demônio líder de todos eles era a grande serpente Apófis.

Buto é uma cidade que tem lugar de destaque nos mitos egípcios, pois é a pátria de Uadite, a deusa cobra, e fica ao lado de Chemnis, local de nascimento de Hórus.

Símbolos Mitológicos:

Olho de Hórus:

Olho de Hórus ou 'Udyat' é um símbolo proveniente do Egito Antigo que significa proteção e poder, relacionado à divindade Hórus. Era um dos mais poderosos e mais usados amuletos no Egito em todas as épocas.

Segundo uma lenda, o olho esquerdo de Hórus simbolizava a Lua, e o direito, o Sol. Durante a luta, o deus Seth arrancou o olho esquerdo de Hórus, o qual foi substituído por este amuleto, que não lhe dava visão total, colocando então, também, uma serpente sobre sua cabeça. Depois da sua recuperação, Horus pôde organizar novos combates que o levaram à vitória decisiva sobre Seth. Era a união do olho humano com a vista do falcão, animal associado ao deus Hórus. Era usado, em vida, para afugentar o mau-olhado e, após a morte, contra o infortúnio do Além.

O Olho de Hórus e a grande serpente Anaconda que foi encontrada no rio Nilo, proveniente da amazonia, na grande divisão da pangea, simbolizavam poder real, tanto que os faraós passaram a maquiar seus olhos como o Olho de Hórus e a usarem serpentes esculpidas na coroa. Os antigos acreditavam que este símbolo de indestrutibilidade poderia auxiliar no renascimento, em virtude de suas crenças sobre a alma. Este símbolo aparece no reverso do Grande selo dos Estados Unidos da América, sendo também um símbolo frequentemente usado e relacionado à Maçonaria.

O Olho Direito de Hórus representa a informação concreta, factual, controlada pelo hemisfério cerebral esquerdo. Ele lida com as palavras, letras e os números, e com coisas que são descritíveis em termos de frases ou pensamentos completos. Ele aborda o universo de um modo masculino.

O Olho Esquerdo de Hórus representa a informação estética abstrata, controlada pelo hemisfério direito do cérebro. Lida com pensamentos e sentimentos e é responsável pela intuição. Ele aborda o universo de um modo feminino. Nós usamos o Olho Esquerdo, de orientação feminina, o lado direto do cérebro, para os sentimentos e a intuição.

Hoje em dia, o Olho de Horus adquiriu também outro significado e é usado para evitar o mal e espantar inveja (mau-olhado), mas continua com a idéia de trazer proteção, vigor e saúde.


Escaravelho:

KHEPRA ou KHEPRI – ESCARAVELHO - era da classe dos deuses egípcios associados com um animal particular. O nome significa o escaravelho ou aquele que surge. Divindade solar cujo culto menciona-se nos textos das pirâmides.

O escaravelho é um tipo de besouro do esterco comum em todo Egito. O hábito do escaravelho de botar ovos em esterco animal bem como nos corpos de escaravelhos mortos foi observado pelos egípcios...

O chocar subsequente dos ovos de material aparentemente pouco prometedor, conduziu os egípcios que associam o escaravelho com renovação, renascimento e ressurreição.

O hábito do escaravelho de enrolar esterco em esferas e empurrar através da terra, foi também notado pelos egípcios Antigos. Khepri era freqüentemente associado com o Sol, e foi concebido como um escaravelho gigantesco que rola o Sol, através do céu...

A renovação e renascimento associados com o escaravelho também entrou em jogo aqui. Khepri renova o sol cada dia antes de rolar ele acima do horizonte e carrega-o, com segurança, através do outro mundo, após o pôr do sol, para renová-lo no dia seguinte.

O sacerdócio de Heliópolis o consagrou como deus do sol diurno e o venerou como sol ao surgir na tripla forma de Khepri-Rá-Áton (raiar, meio-dia, poente).

Nas iconografias, aparece em forma humana, com o escaravelho situado em lugar de sua cabeça, ou simplesmente como um escaravelho que empurra, com suas patas dianteiras, o disco solar através do céu.

O símbolo do escaravelho estava sobre os amuletos e nos selos do rei. Existia um escaravelho do coração que formava parte do vestuário do defunto.

Aquele que em vida trouxesse consigo uma imagem do escaravelho garantia, de certa forma, a persistência no ser, e aquele que levasse essa imagem para a tumba tinha certeza de renascer para a vida.

O escaravelho era, assim, o amuleto preferido de vivos e mortos. Os escaravelhos destinados aos mortos têm sua face inferior tratada com o maior realismo. Geralmente são escaravelhos-corações, amuletos de pedra dura que eram depositados no lugar do coração, no peito da múmia.

Muitas vezes, o escaravelho está incrustado numa moldura retangular, fixada sobre o peito do morto. Tais amuletos foram encontrados, também, no tórax de certos animais sagrados.

Cruz Ankh:

Ankh é um antigo símbolo egípcio da vida. Também é conhecido como Cruz Ansata, Chave da Vida, Chave do Nilo.

As barras horizontal e vertical representam a energia feminina e masculina, respectivamente. Esta combinação dos símbolos de macho e fêmea (a cruz e círculo), no ankh, sugerem fertilidade e poder criativo. O laço também simboliza o sol no horizonte, e sugere reencarnação e renascimento.

O ankh aparece, freqüentemente, nos escritos egípcios sobre renascimento, e este simbolismo foi aprovado por cristãos coptas, especialmente por seitas gnósticas, para simbolizar a ressurreição de Cristo. O ankh surgiu primeiro do que a forma de cruz "latina".

O ankh também tem significado no ritual de magia, Wicca e tradições neopagãs como um símbolo da imortalidade.


Cores:

No Antigo Egito as cores eram fundamentais, na hora de interpretar o significado das coisas, e indicava a essência, o significado da realidade.

Os Deuses, que eram considerados seres superiores, não eram completamente compreendidos pelos seres humanos, então, era através das cores que os simples mortais conseguiam compreender um pouco mais, tanto que nas imagens eles são representados pela cor relativa ao poder que tinham:

Azul: equivalia à dimensão celestial, própria dos deuses, como é o caso do Deus Amon, "deus de todos os ventos".

Verde: simbolizava a vegetação e o início de uma nova vida. Osiris, deus da resurreição e da fertilidade, era frequentemente representado por esta cor.

Vermelho: Era utilizado para expressar a vida e a vitória, e também simbolizava a fúria e o fogo. Durante as celebrações, muitos egípcios pintavam seus corpos de vermelho para simbolizar sua entrega e dedicação, para alcançar seus objetivos.

Branco: sugeria pureza e um poder superior e era a cor das coisas sagradas. Nas cerimônias e rituais, eles usavam sandálias brancas paras simbolizar o respeito e sinceridade nas suas ações.

Preto: era a cor do "baixo mundo", da morte. Anubis, rei dos mortos, era desta cor.

Barco:
Durante o dia, os reis mortos navegavam pelo céu com o deus Rá. A noite, eles o acompanhavam pelo Além, iluminando o reino de Osíris.

Como o transporte mais usado pelos egípcios era o barco, eles acreditavam que o Sol também usasse um.

Os barcos dos Faraós eram alojados junto aos túmulos. As velas viriam bem depois mas já eram conhecidas em Alexandria, fundada por Alexandre Magno, terra da Rainha Cleópatra.

Dada a importância do barco no rio, foi descoberta, enterrada ao sul da pirâmide de Keops, a Barca Solar, na qual sua múmia teria sido conduzida pelo Nilo até a Pirâmide, após sua morte. No túmulo de Tutankhamon, o único descoberto praticamente intacto, havia pelo menos 5 barcos na câmara de tesouros.

BENU (Fenix):

Segundo um mito egípcio, uma gansa, conhecida como a "Grande Grasnadora", pôs o primeiro ovo, do qual saiu o Benu (o fato de uma gansa colocar um ovo de garça é uma mera confusão dos antigos Egípcios).

Os antigos Gregos identificaram este animal com a fênix. Segundo Heródoto, o Benu surgia apenas a cada quinhentos anos, trazendo o corpo do pai falecido. De acordo com o autor grego, a ave criava um fogueira na qual perecia e a partir da qual surgia uma nove ave. Esta história não tem, contudo, qualquer relação com a mitologia egípcia

Aparência:
Nas representações artísticas, o Benu tinha sobre a cabeça a coroa branca do Alto Egito, acompanhada por duas plumas altas, formando a coroa atef.

O pássaro Benu foi um grande pássaro imaginário; se assemelha a uma garça. O pássaro pode ser modelado na garça cinzenta (Ardea cinera) ou o maior Goliath Heron (Ardea goliath), que vive no litoral do Mar Vermelho. Arqueólogos descobriram os restos de uma garça muito maior que viveu na região do Golfo Pérsico, 5.000 anos atrás. Existe alguma especulação que esta ave pode ter sido vista por turistas egípcios e provocou a lenda de uma garça muito grande, visto uma vez a cada 500 anos no Egito.

Tinha duas longas penas na crista de sua cabeça, coroado com a coroa de Osíris Atef (a coroa branca com duas plumas de avestruz de cada lado).

O Bennu era o pássaro sagrado de Heliópolis, foi associado com o sol e representou o ba, ou alma do deus do sol, Re. No Período Tardio, o hieróglifo do pássaro era usado para representar esta divindade diretamente, como um símbolo do nascer e pôr do sol. Também foi o senhor do jubileu real.

O Bennu também foi associada com as inundações do Nilo e da criação. Estando sozinho em rochas de ilhas isoladas, de terreno elevado, durante as cheias, a garça representou a vida, primeiro a aparecer no monte primordial que se levantou do caos aquoso na primeira criação. Este monte foi chamado o ben-ben. Também foi considerada uma manifestação do Osíris ressuscitado.


O Bennu era conhecido como o lendário Phoenix para os gregos. Heródoto, o historiador grego, diz o seguinte sobre o Bennu: "Um outro pássaro sagrado é o (Fênix) Phoenix, eu mesmo não vi uma Phoenix, salvo em quadros, pois é muito raro e só visita o país (assim eles dizem em Heliópolis) apenas em intervalos de quinhentos anos, por ocasião do morte da ave mãe."

O planeta Vênus era chamada de "estrela" do navio da Bennu-Asar (Asar é o nome egípcio de Osíris).

Homem-Escorpião:

É um personagem mitológico egípcio.

Os escorpiões tiveram uma grande influência na mitologia egípcia. A filha de Rá, Selket, estava associada ao escorpião, que adornava sua coroa. Para fortalecer seu filho, Hórus, Ísis o expôs às picadas de escorpião no deserto. Os escorpiões também eram associados a Set, junto com outros animais "perversos" do deserto.

Havia até mesmo um Rei Escorpião, um soberano pré-dinástico, conhecido somente através de uns poucos artefatos, como a "maça do escorpião". Não está claro se o nome ou o título do soberano era "escorpião", mas a figura majestosa na maça está rotulada como SQRT, junto a hieróglifos de um símbolo de escorpião claramente desenhado.


BIBLIOGRAFIA:

Atlas Geográfico Mundial - Folha de São Paulo, 1994 – São Paulo.
O Egito – Mitos e Lendas, Alain Quesnel, Jean-Marie Ruffieux , Jean-Jacques e Yves Chagnaud. Editora Ática, 1994 – São Paulo.
Egypt – Simonetta Crescimbene e Patrizia Balocco. Tiger Books International PLC, 1994 – England.
Egito – O Incrível Mundo da National Geographic Society. O Estado de São Paulo.
Almanaque Abril – A Enciclopédia em Multimídia. Abril Multimídia, 1995 – SP.
Mistérios do Desconhecido – Lugares Místicos. Abril Livros LTDA / TimeLife, 1991 – Rio de Janeiro.
História em Revista – A Era dos Reis Divinos – (3.000 - 1.500 a.C.). Abril Livros LTDA, 1991 – RJ.
Knopf Guides – Egypt. Copyright® 1995 Alfred A. Knopf, Inc., New York
Egito Mania/ O fascinante mundo do Antigo Egito
CASTEL, Elisa - Gran Diccionario de Mitología Egipcia. Madrid: Aldebarán, 2001. ISBN 8495414147
Dicionário do Antigo Egipto. Direcção de Luís Manuel de Araújo. Lisboa: Editoral Caminho, 2001. ISBN 9722114476.



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